Para além da flor que carrega a delicadeza e diversidade cromática, as margaridas também dão nome a mais nova produção da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) de Presidente Prudente: um livro-reportagem de perfil em formato de e-book que narra os desafios de mulheres jornalistas nas redações do oeste paulista.
Resultado do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de Bárbara Munhoz, Izabelly Fernandes e Melissa Andrade, alunas do 8º termo de Jornalismo, sob orientação da professora doutora Fabiana Alves, “Margaridas: o florescer das mulheres no jornalismo” aborda o papel da mulher no mercado de trabalho jornalístico, sob a ótica dos principais desafios vivenciados na profissão, como assédio, desigualdade salarial, racismo, abuso de poder, pressão estética e maternidade.
Esses e outros obstáculos são retratados em meio às experiências de vida de seis jornalistas, perpassando fatos marcantes da infância, adolescência e maioridade ao longo das quase 300 páginas que compõem o trabalho pioneiro da Escola de Comunicação.
Entre as mais de 40 profissionais contatadas durante o processo de coleta de dados que culminou na definição do panorama jornalístico regional, os nomes escolhidos para compor a obra foram o de Amanda Simões, Cássia Motta, Heloise Hamada, Luci Castro, Paula Sieplin e Tatiane Ferreira, referências na região.
“Nosso critério de escolha não se baseou em tempo de carreira. Perfilamos jornalistas cujas histórias representam desafios enfrentados por tantas outras. A seleção só foi possível graças à análise minuciosa desses relatos”, afirma Izabelly sobre o processo que durou cerca de oito meses.
Entre aplicação de questionários, pré-entrevistas, entrevistas oficiais e decupagem dos materiais, “Margaridas: o florescer das mulheres no jornalismo” conta com seis capítulos, além de Sumário, Introdução, Posfácio e Agradecimentos. Mas não só isso: reserva aos leitores a grata surpresa de um Prefácio escrito pelas jornalistas Thaisa Bacco e Giselle Tomé.
“O livro ‘Margaridas’ almeja que as profissionais sejam inspiradas pelas experiências retratadas em suas páginas. Que as jornalistas experientes se identifiquem, unam-se e fortaleçam o debate sobre a situação das mulheres nas redações e que as futuras profissionais saibam o que as espera e cheguem às redações conscientes de seu papel social como jornalistas e mulheres”, observa a orientadora e também historiadora Fabiana.
Produzida pelo ilustrador Paulo Cremon, a capa do livro tem como elemento principal as margaridas. A escolha das flores remete ao título da obra, que faz referência a Margarida Izar, a primeira repórter de São Paulo e a única mulher a compor o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, em 1937, durante a primeira formação.
“Mesmo relacionando às profissionais com essas flores entendidas como frágeis, o objetivo da capa é justamente o contrário: trazer as margaridas enquanto símbolo da força e união coletiva feminina dentro das redações”, explica Bárbara.
União que é reafirmada pelas raízes que começam no nome da obra e florescem em um buquê de margaridas e outras flores, dando origem e sustentação às mais variadas mulheres, além de espelhar a força e a resistência das jornalistas frente aos desafios intrínsecos à profissão.
SAIBA MAIS
O lançamento oficial de “Margaridas: o florescer das mulheres no jornalismo” ocorre nesta quinta-feira, às 19h30, no Auditório Carvalho, localizado no Bloco B3, piso 4, do campus 2 da Unoeste. “Estamos ansiosas para ver a reação do público com o resultado final da obra. Foi uma honra ter tido a confiança de mulheres tão incríveis e ouvir cada detalhe da história delas”, declara Melissa.
Divulgação/Ilustração: Paulo Cremon
Capa do livro tem como elemento principal as margaridas