No final de setembro, na Casa da Cultura de Primavera, o escritor de Rosana, Joabinadabe Gomes Mendes, 41, lança seu quinto livro, intitulado "A planta dos pés", uma obra que surge após 15 anos de sua última publicação. Segundo o autor, além de poesias, ele traz em 156 páginas, metáforas e fotografias que expressam a sutileza e a força desse importante membro do corpo humano, os pés. Com edição limitada, no máximo mil exemplares, a obra sairá pelo preço de R$ 30.
"Quando mais novo, eu sonhava em voar de avião e quando fui para Rondônia, no deslocamento, o espaço do assento, para eu que sou muito alto , era uma tortura . Encolhidos, a planta dos pés ficava em estado crítico, adormecia... Assim passei a perceber o quanto esse cara era importante. Ele não apenas suporta nossa vida, como aguenta toda a nossa história e achei que deveria se tornar poesia!", exclama o escritor.
Mendes acrescenta que se trata de uma homenagem que tem o compromisso de fazer os leitores pensarem sobre as alegrias, as tristezas, o amor e a magia do "caminhar". "Entre outras coisas, além de reverenciá-los, nos faz conhecer a grandeza de se estar por baixo em todos os momentos da vida, e ainda assim ser capaz de sustentar todo o corpo e um turbilhão de emoções que se apresentam na vida de cada um", acentua.
Escritor independente, Mendes, conta que além de mostrar o valor dos pés, este livro tem uma outra proposta que é com a sua arrecadação, poder financiar a publicação de outro sobre a história de Rosana, que tem como título "Sou barrajeiro sim e daí?!".
"Todos os meus livros foram publicados com recursos próprios, pois o custo para lançar por editoras ou livrarias é muito caro. Este, por exemplo, precisei sair daqui, ir para Rondônia, onde fiquei trabalhando por quatro anos para conseguir levantar o valor necessário. Sou um apaixonado pela literatura, pela poesia e vale todo o esforço", ressalta.
Atualmente trabalhando em São Paulo, Mendes diz que provavelmente deve realizar um lançamento na capital também. "Não somos um país de leitores. Não existe incentivo sério à literatura no Brasil, pois visam outras prioridades, por isso a proposta do próximo livro. Rosana não tem história e eu quero dar uma para aquele povo. Vou buscar meu sonho e dar um presente àquela gente".
Esforço completo
Segundo Mendes, nessa obra serão vistas belas fotografias de centenas de pés, além das poesias em forma de metáforas, que fazem o leitor refletir sobre a vida, a razão, a paixão, a emoção, enfim, sobre si mesmo e o que se valoriza em sua existência. "São eles, que nos levam para percorrer as estradas da vida", enfatiza.
Ele conta que a
arte das fotografias expostas no livro foi enviada por amigos e outras obtidas em páginas da internet (com autorização). A que ilustra a capa do livro foi feita pelo fotógrafo sul-africano Roger Ballen, um dos artistas mais renomados no mundo, o qual ele entrou em contato através de uma carta, lhe pedindo se seria possível lhe mandar uma foto em relação aos pés. O fotógrafo então lhe indicou seu site, e quando acessou, foi a primeira que encontrou, e então pediu permissão apenas para acrescentar uma flor.
"Levei mais de cinco anos para aprimorá-lo e publicá-lo, com único propósito de revelar emoções e colocar os leitores dentro de cada poesia. Não se trata de uma obra para somente ser vista, mas que tem a função de que as pessoas se identifiquem com cada fotografia, cada mensagem nela contida", salienta.
Quem é Joabinadabe
Desde 2004, Joabinadabe é membro da UBE (União Brasileira de Escritores). Ele já escreveu 12 livros e publicou cinco: Coletânea "Prioridades da Vida" 1, 2 e 3; "O Segredo da Alma" e agora "A planta dos pés".
Nascido em Santa Efigênia, ainda menino Mendes veio para Presidente Prudente, onde se formou em Direito pela Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). Mas foi em Rosana que morou a maior parte de sua vida, desde os 6 anos de idade, considerando-se assim um cidadão rosanense. Entre 1988 a 1990, ele morou em Minas Gerais, nas cidades de Teófilo Otoni e Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, onde motivado pelo seu amigo e também escritor Tadeu Martins Soares, se apaixonou pela escrita.
"Eu gostava de ver a forma dele declamar, então certo dia perguntei o que eu poderia fazer para escrever um livro e ele respondeu que bastava ‘escrever’. Aos 12 anos publiquei minha primeira obra", lembra.
Aos 18 anos, iniciou sua carreira profissional na Usina Hidrelétrica de Rosana; depois trabalhou na UHE Porto Primavera, por quase dez anos. Foi coordenador de cultura, imprensa e diretor administrativo da Prefeitura de Rosana; é um dos fundadores do Iscap (Instituto Sócio Cultural e Ambiental do Pontal do Paranapanema), onde juntamente com os diretores da instituição, conseguiu que a Cesp (
Companhia Energética de São Paulo) repassasse verbas de compensação para a ampliação e modernização da Casa da Cultura de Primavera, por anos abandonada.
Em 2010, foi trabalhar em Rondônia, na Usina Hidrelétrica de Jirau. Com o término parcial da obra, em 2014 integrou a equipe do Consórcio Construtor São Lourenço, inicialmente na área de meio ambiente e atualmente com obrigações acessórias trabalhista e tributárias.
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AOS INTERESSADOS
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