Live aborda princípios em comum do judô e caratê

Nelson Morimoto e Marcelo Trovani estarão juntos às 19h de hoje, para debater o assunto, pelo Facebook e Instagram

Esportes - OSLAINE SILVA

Data 11/06/2020
Horário 07:30
Cedida - Marcelo Trovani frisa que no caratê 95% é treinamento e coletividade; 5% é competitividade
Cedida - Marcelo Trovani frisa que no caratê 95% é treinamento e coletividade; 5% é competitividade

Iniciativa totalmente nova! Assim como os amigos Jigoro Kano e Gichin Funakoshi, criadores do judô e caratê, respectivamente, os professores Nelson Morimoto e Marcelo Trovani estarão juntos às 19h de hoje, em uma live, pelo Facebook e Instagram, que abordará em especial os princípios em comum entre ambas as artes marciais que carregam forte ligação em suas origens.

A ideia surgiu em uma conversa entre os senseis prudentinos, que se perguntaram: por que não fazermos algo para beneficiar a todos? Mais uma curiosidade entre os idealizadores do judô e caratê, pois segundo Morimoto, eles conversavam muito e trocavam muitas ideias porque tinham o mesmo conceito: educação.

“Queremos mostrar que, diferente das fantasias criadas com a modernização, de que o judô e o caratê são inimigos, é totalmente o contrário. Não existe rivalidade, mas sim ambos têm formas diferentes de contribuir, de agregar ao outro. Podem prestar atenção, dificilmente você vai ver essas duas artes juntas”, explica Morimoto.

“DIFERENTE DAS FANTASIAS CRIADAS, DE QUE O JUDÔ E O CARATÊ SÃO INIMIGOS, É TOTALMENTE O CONTRÁRIO. NÃO EXISTE RIVALIDADE, MAS SIM AMBOS TÊM FORMAS DIFERENTES DE CONTRIBUIR, DE AGREGAR AO OUTRO”

Nelson Morimoto

Marcelo exalta que será uma live importante não só para o público que é praticante do judô e do caratê, mas, no contexto geral para todos os públicos, porque sabem que as artes marciais são muito ricas na autoestima, autoconfiança, no progresso. “Elas ensinam a entender a derrota, dosar a vitória e principalmente ter um bom caráter. Qualquer arte marcial vai de encontro com os fundamentos de fazer ‘homens de bem para o futuro’. É isso que frisaremos e não em cima de competitividade”, enfatiza Trovani, explicando que para o caratê, por exemplo, 95% é treinamento, o dia a dia, sempre estarem em grupo. “Nunca o eu, mas estar sempre na coletividade. E os 5% é competitividade. Por quê? Para que possamos ter o progresso no desenvolvimento, tanto técnico quanto intelectual dentro da arte marcial”.

Nada deve ser como antes

Em conversa sobre o atual momento do mundo, Morimoto e Trovani chegaram à conclusão de que alguns professores estão com o seguinte conceito: “Eu não vejo a hora de voltar. Quero que tudo volte a ser como antes”.

Os dois entendem que, primeiro, nada será como antes. Tudo vai mudar. Se for pensar nas competições, nos torneios, o ano praticamente acabou em todos os segmentos. E a discussão deles sempre foi em cima de resgatar o judô antigo: formativo, educativo, escolar, que forma cidadãos onde trabalha toda a parte disciplinar. Ou seja, não é só competição.

“Foi um erro muitos professores caírem no comodismo. Claro, é muito mais fácil preparar um aluno competidor, com uma carga de treinamento, o que já tem talento se sobressai... acontece que a quantidade de atletas competidores é muito pequena em relação à de praticantes. Então seja na parte social, educacional, cultural, enfim... a competição faz parte, mas é apenas mais um segmento”, frisa Morimoto.

Resgatando a história

De acordo com Morimoto, Jigoro Kano não é conhecido no Japão, como o criador do judô, mas o que pouca gente sabe, é que ele é conhecido como “pai da educação integral. Porque ele criou essa arte como método de educação e não de competição. Mesmo ele sendo o primeiro oriental a fazer parte do Comitê Olímpico Internacional, recebendo pessoalmente o convite de Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin, idealizador dos Jogos Olímpicos Modernos, sempre se colocou contrário à ideia na época de introduzir o judô nas Olímpiadas. Tanto que ele faleceu em 1938 e o judô só entrou na competição em 1964. Muito tempo depois.

Naquela época em que ele já era reitor na universidade, bastante conhecido no Japão e no mundo, ficou sabendo que na ilha de Okinawa tinha um pessoal que praticava um tipo de luta, que era justamente o caratê. Ele então convidou o professor, que era Funakoshi, para fazerem uma apresentação em Tóquio para ele ver. E aí vem a questão das curiosidades. Por que o caratê usa quimono, por exemplo? Por que Funakoshi e seus alunos eram camponeses e aquelas eram roupas que usavam normalmente. Jigoro Kano achou bonito e, após as apresentações, pediu a sua irmã que fizesse alguns quimonos para serem usados como uniformes.

 

 

 

 

 

 

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