Resgatar o futebol de São Paulo e gerar empregos. Essas são algumas das propostas da recém-criada LFP (Liga de Futebol Paulista). A nova entidade pretende realizar já em 2016, um campeonato com 40 equipes. Algumas delas "insatisfeitas" com a forma com que são tratadas pela FPF (Federação Paulista de Futebol), e outras que discordam com os valores praticados pela organizadora dos torneios do Estado. Anteontem, 20 representantes de clubes estiveram presentes na reunião para a assinatura da ata de constituição da nova competição. Um dos representados foi o Corinthians de Presidente Prudente, time que em 2014 disputou o Campeonato Amador da Segunda Divisão na cidade.
O encontro foi realizado na sede da Selj (Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude), na capital paulista, com a participação do titular da pasta, Jean Madeira. Em nota, o órgão diz que dará "somente apoio institucional" ao projeto.
A presidente da LFP será a advogada Gislaine Nunes, conhecida no meio futebolístico por defender atletas contra clubes que fogem dos seus compromissos. "A doutora Gislaine foi convidada por alguns clubes para gerir a Liga, pois eles viram nela a credibilidade necessária para tocar o projeto", afirma o diretor Luciano Duarte.
Como funcionará
O cartola fala que após a criação da Liga, será iniciada a fase de regulamentação jurídica, prevista para ser finalizada até 19 de dezembro. Ele projeta realizar o Conselho Arbitral até a segunda quinzena de fevereiro do ano que vem. "A primeira rodada está marcada para 13 de maio. E o campeonato vai seguir até 3 de dezembro", relata.
Luciano informa ainda que o torneio será dividido em duas fases de classificação. A primeira será composta por dois grupos de 20 times. Os dez melhores se classificam e, então, são formadas quatro chaves de cinco equipes. "Será turno e returno. Na segunda fase saem oito times e aí será mata-mata", pontua. Luciano fala também que será cobrada uma taxa de adesão para os clubes que vão se filiar, porém os valores ainda não foram definidos. "A Liga fará uma espécie de assessoria jurídica, pois a proposta é que os dirigentes entendam que seja uma forma organizada de gestão do futebol. E deverão fazer prestação de contas. Os que não se adequarem serão excluídos", explica.
Apoio
"Estas equipes necessitam de muita ajuda. E os dias da semana e horários escolhidos foram pensados em diminuir os custos para que não haja despesa de hospedagem, por exemplo", diz.
Haverá já no primeiro ano, a disputa das categorias de base, no sub-16 e sub-18. "Entendemos que algumas equipes são jovens e não têm categorias de base. Portanto, o calendário será diferente ao do profissional", destaca.
Luciano comenta que uma das principais diferenças em relação à FPF são os valores trabalhados. "Neste ano, a Federação deu R$ 14 mil para as equipes. O que não paga nem a folha salarial de um mês. Nossos valores serão bem diferentes", aponta. Outra questão é em relação ao número de empregos. "No segundo semestre mais de 5 mil jogadores ficam desempregados. Assim, seriam gerados entre 40 a 50 novos postos, entre atletas e comissão técnica", destaca.
O diretor reforça que a Liga já iniciou a negociação com duas emissoras de televisão e com algumas empresas para patrocinarem a competição.
Em nota, a assessoria de imprensa da FPF informa que não vê nenhum problema na criação da Liga.
Clubes que assinaram compromisso
Clube Atlético Botucatu
Tanabi Esporte Clube
Bebedouro Esporte Clube
Grêmio Esportivo Monte Aprazível
Jalesense
Esporte Clube Osasco
Votoraty
Clube Atlético Embu das Artes
Associação Desportiva Araraquara
Esporte Clube Corinthians de Presidente Prudente
Dourado Esporte Clube Dourados
Paulistânia de São Carlos
Talentos 10 de Bauru
Associação Desportiva Força da Capital
Bertioga
Guariba
Sociedade Esportiva Rio Branco de Ibitinga
Jaboticabal
Clube Atlético Guaçuano de Mogi Guaçu
Cotia
Fonte: LFP