A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa grave que afeta tanto humanos quanto animais, especialmente cães. Transmitida pela picada do mosquito-palha, esse problema de saúde pública tem um impacto significativo em diversas regiões do Brasil, como a região oeste do Estado de São Paulo. Na edição deste domingo, o médico infectologista Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro, professor da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) e doutor em Imunologia, explicou as características, sintomas e prevenção da doença, que vem crescendo no Estado. Ele alerta que o oeste paulista é uma região endêmica, ou seja, uma área que possui condições ideais para a proliferação do mosquito-palha, principal vetor da doença.
Há uma semana, uma criança de Caiuá faleceu em decorrência da enfermidade, acendendo o alerta sobre a gravidade da leishmaniose visceral. Atingindo órgãos como fígado, baço e medula óssea, a doença é potencialmente fatal se não tratada, reforçando a necessidade urgente de medidas preventivas e de conscientização da população.
A infecção é causada por protozoários do gênero Leishmania, que entram no organismo humano por meio da picada do mosquito-palha infectado. Esse mosquito, de pequeno porte e de cor clara, encontra-se em áreas onde predominam a matéria orgânica em decomposição e umidade, como jardins, terrenos baldios e áreas arborizadas. Portanto, a presença de lixo e entulho favorece a proliferação desses vetores, destacando a importância da limpeza regular e do manejo adequado dos resíduos urbanos para combater o ciclo de transmissão da doença.
Os cães desempenham um papel importante no ciclo de transmissão da leishmaniose visceral, pois funcionam como reservatórios do parasita. Animais infectados, mesmo que aparentemente saudáveis, podem abrigar o protozoário e contribuir para a propagação da doença. Nesse contexto, cabe aos tutores de cães uma responsabilidade essencial na prevenção: a realização de exames periódicos, a vacinação, o uso de coleiras repelentes específicas e o controle da população de mosquitos ao redor do ambiente doméstico.
A prevenção é, sem dúvida, a melhor estratégia para combater a leishmaniose visceral. Entre as medidas recomendadas, destacam-se o uso de repelentes pessoais, telas de proteção em portas e janelas, além da poda de árvores e do controle da vegetação nos arredores das residências. Para o ambiente urbano, ações governamentais de vigilância e controle ambiental são cruciais, como campanhas de conscientização, controle de zoonoses e pulverização de áreas infestadas.
Entretanto, apesar dos avanços na área da saúde, a leishmaniose visceral ainda enfrenta um obstáculo grave: a falta de conscientização. Muitas pessoas desconhecem os perigos da doença, suas formas de transmissão e as medidas preventivas necessárias. Assim, é urgente que campanhas de conscientização sejam intensificadas, levando informações claras e acessíveis para comunidades em risco.