Presidente Prudente foi a primeira cidade do interior a receber a Jornada Nacional de Debates do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), ontem. O evento foi realizado em parceria com os movimentos sindicais da cidade, com o objetivo de debater a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 287, que trata da reforma previdenciária.
Adriana acredita que proposta pode ser "contraproducente"
A mesa foi composta por Paulo de Oliveira, diretor-executivo da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros); Aline Fernanda Scarelli, representando a 29ª Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Prudente; Gilberto Lúcio Zangirolami, presidente do Conselho Intersindical do município; Ana Lúcia Flores, diretora da CUT (Central Única de Trabalhadores); Carlúcio Gomes da Rocha, diretor da Força Sindical; Clóvis Petit, representante da UGT (União Geral dos Trabalhadores); Sebastião Estevam dos Santos, representante da Gerência Regional do Ministério do Trabalho; Natanael Gonzaga da Santa Cruz (PSDB), vereador prudentino; Airton Gustavo dos Santos, técnico do Dieese; e Izaque José da Silva (PSDB) deputado federal.
Um público heterogêneo de aproximadamente 150 pessoas, composto de jovens estudantes, advogados, idosos e sindicalistas, marcou presença no evento realizado na sede da OAB. Entre eles, estava a estudante de Geografia, Jucimara Pagnosi Voltareli, 24 anos, que ressaltou a importância do debate sobre as propostas de reformas que tramitam no Congresso e podem afetar diretamente a vida de muita gente. "As pessoas precisam estar por dentro desses temas para que não se tornem alienadas", aponta. Ela reforça ainda a importância de se posicionar diante do tema e cobrar dos deputados eleitos a defesa do interesse público.
Já o pensionista João Deodato dos Santos, 74 anos, lembrou a necessidade de discutir propostas que tramitam no Congresso com a comunidade de forma mais frequente, com eventos de realização mais regular. A advogada trabalhista Adriana Delibório, por fim, acrescentou que, além de Prudente, outras cidades do interior deveriam receber a discussão sobre a reforma previdenciária, para participar do debate sobre as mudanças que vão impactar diretamente quem ainda não usufruiu do direito à aposentadoria.
"Os trabalhadores estão ingressando no mercado cada vez mais cedo e saindo cada vez mais tarde", lamenta Adriana, anunciando que a proposta do governo federal pode ser contraproducente, diminuindo a arrecadação em lugar de decrescer os gastos, diante de uma maior procura pela previdência privada, que pode se tornar mais vantajosa caso a reforma "passe".
PEC 287
A proposta de Emenda à Constituição 287 pretende equiparar a idade mínima para aposentadoria, entre homens e mulheres, para 65 anos. Hoje, o tempo mínimo de contribuição para conseguir o benefício é de 15 anos, mas homens podem pedir aposentadoria com 35 anos de contribuição e 60 anos de idade (95), e mulheres com 30 de contribuição e 55 de idade (85).
A reforma quer dar fim à formula 85/95 e prevê um tempo mínimo de contribuição para 25 anos. Além disso, a PEC visa mudanças no cálculo da aposentadoria e deseja que o benefício integral só seja concedido a quem completar 49 anos de contribuição.
