Depois de um período de 40 dias de deserto e de reflexão é chegado o momento de celebramos com muita festa esta vida nova que Deus nos permite. Como explica o padre Rodrigo Gomes de Moreno, após momentos marcantes rememorados por cristãos católicos como a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, o Tríduo Pascal com a celebração do “Lava-pés”, a instituição da Eucaristia, a Paixão e Morte de Cristo, chegou o grande dia de explodirmos em alegria pela Ressurreição do Filho de Deus Pai! É Páscoa e o Nosso Senhor Jesus Cristo está entre nós! Feliz Domingo de Páscoa!
Padre Sandro Rogério dos Santos, enfatiza que as festas são tão antigas quanto a própria humanidade. “Celebrar uma festa é festejar de maneira diferente a aprovação do mundo, que se efetua permanentemente, todos os dias”. As festas são celebrações de acontecimentos que são recordados e atualizados pelos fiéis em um clima de ação de graças e de louvor. Algumas têm origem em acontecimentos da natureza cósmica que se repetem periodicamente. Outras são fatos significativos da vida dos indivíduos e das famílias, das comunidades e coletividades maiores. As festas são assim fatos cultuais, pois o ser humano religioso inclui um agradecimento ao Criador do mundo em que mora e o motivo concreto dessa celebração.
Evento pascal
A igreja católica, e os cristãos, celebrará a Páscoa, isto é, o mistério da Paixão-Morte-Ressurreição de Jesus de Nazaré, o filho de Deus encarnado em nossa história há cerca de dois mil anos no oriente médio, nas terras palestinas. O evento pascal é o principal acontecimento da fé. Dessa solenidade depreendem-se todas as outras.
O ano litúrgico é definido a partir da data da páscoa que, a cada ano, acontece no primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera no hemisfério norte (ou do outono, no hemisfério sul). Essa data foi definida no Concílio Ecumênico de Nicéia, em 325, e visava na sua origem não coincidir a celebração cristã e a judaica na mesma data. Ele é ritmado semanalmente pelo domingo e anualmente pela páscoa.
“O Mistério Pascal é o centro e a fonte do ano litúrgico. E por essa razão existe uma ampla preparação litúrgico-religiosa-espiritual. Os ritos e o calendário foram ajustados no percurso histórico. Não é fruto de uma sentada de experts no assunto, mas da experiência do povo de Deus nas suas muitas localidades e assimilações. O ano litúrgico narra, atualiza e vive a vida de Cristo no percurso de um ano civil. A Semana Santa, na qual está o Sagrado Tríduo Pascal, inicia ainda no contexto da quaresma — que iniciada na Quarta-feira de Cinzas, termina ao entardecer da Quinta-feira Santa—. Essa ‘semana maior’ como foi chamada por longa data narra os acontecimentos finais da vida ‘terrena’ de Jesus”, detalha padre Sandro.
Passagem do povo
Retomando uma explicação de padre Rodrigo para entendermos um pouco melhor sobre a Páscoa, é preciso voltarmos ao conteúdo histórico, antes de Cristo (a.C). Páscoa significa passagem e o povo hebreu, o povo escolhido de Deus organizava e celebrava esta festa todos os anos comemorando a passagem da libertação do Egito para a Terra Prometida.
Passagem esta que o povo realizou enxuto pelo Mar Vermelho, que Deus abriu, até chegar a terra onde Ele a confiara: a Terra Prometida. E assim todos os anos nessa mesma época esse povo se reunia para agradecer a Deus com os pães ázimos (sem fermento) que foi o que eles conseguiram durante a peregrinação no deserto.
Mas, aos poucos as pessoas foram deixando de lado o verdadeiro sentido Páscoa priorizando o tal “feriadão”, que como outros muitos têm como único objetivo aquele dia para quebrar a rotina, muitas vezes regado a bebidas e outras coisas ruins.
As confraternizações entre famílias e amigos, a troca de presentes, ou seja, os tradicionais ovos de Páscoa, caixas de bombons, os pratos preparados que serão servidos especialmente para este dia são legais, mas é preciso priorizar o verdadeiro sentido dessa festa cristã.
Celebremos a vida! A Ressurreição do Nosso Senhor Jesus Cristo. Levemos a alegria Dele a todas aquelas pessoas que muitas vezes são esquecidas, despercebidas, doentes em leitos de hospitais, idosos em asilos, casas de repouso, pobres e necessitados de amor, de esperança. Sabe por que? Deus as ama muito!