Janeiro também é roxo: mês alerta para conscientização e combate à hanseníase

Data visa chamar a atenção das pessoas para a doença que tem tratamento e cura, mas também preconceito

PRUDENTE - Cassia Motta

Data 17/01/2025
Horário 07:10
Foto: Cedida
Hanseníase é uma doença tratável e curável
Hanseníase é uma doença tratável e curável

O “Janeiro Roxo” busca informar a população sobre as causas, sintomas, exames, tratamentos e cuidados necessários para lidar com essa enfermidade. A campanha tem como objetivo central a conscientização e o combate à hanseníase, uma doença que sempre foi marcada pelo preconceito e incompreensão ao longo do tempo. 

A médica dermatologista Camila Guimarães Montagna, de Presidente Prudente, afirma que ainda existe sim preconceito em relação à doença. “O estigma e a discriminação podem promover a exclusão social, limitando o convívio social do paciente e com isso trazer um sofrimento psíquico. Por isso, é importante aumentar o conhecimento sobre a doença”.

Camila explica que a hanseníase é uma infecção crônica causada por um bacilo que pode acometer, mais comumente, a pele e/ou os nervos periféricos, e mais raramente mucosa, olhos, linfonodos, testículos e órgão internos. Ela é causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen.
A doença, segundo a dermatologista, pode se manifestar na pele, com o aparecimento de manchas brancas, vermelhas ou acastanhadas, com a diminuição da sensibilidade e dos pêlos e do suor local, alterações nos nervos periféricos, podendo haver formigamento em mãos e pés, perda funcional e incapacidades físicas.

Tratamento

Felizmente, a hanseníase é uma doença tratável e curável. A médica explica que o tratamento é realizado com medicamentos antimicrobianos: rifampicina, dapsona e clofazimina, protocolo chamado de poliquimioterapia única. O tratamento pode variar de 6 e 12 meses de duração. Outros tratamentos, de acordo com a médica, não medicamentoso como apoio psicossocial, e, se necessário, reabilitação física. “Os pacientes não tratados podem evoluir com incapacidades físicas severas e irreversíveis, e o paciente não tratado mantém a disseminação da doença”, ressaltou a médica.

Transmissão

Camila explica que a transmissão da doença ocorre quando uma pessoa com hanseníase, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior. “A transmissão se dá através das vias aéreas superiores como inalação de gotículas com o agente causador, através da tosse, espirro ou fala, sendo necessário um contato próximo e prolongado. A infecção é facilitada pelo convívio de doentes não tratados com pessoas suscetíveis”.

Foto: Cedida

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