À sombra do coronavírus, nos tempos atuais, a dengue é uma doença que faz novos casos todos os anos na região e também merece atenção. Em um levantamento feito pelo O Imparcial, por exemplo, com 13 municípios da região, em 2020 foram computados 12.215 casos da doença. E próximo de chegar ao fim do primeiro mês do ano, com um janeiro chuvoso, o cenário gera um alerta para possíveis focos de dengue e, consequentemente, mais casos.
Ao longo desse mês, como pode ser visto na tabela, juntos os 13 municípios consultados já confirmaram 11 incidências da doença, além de ter 218 casos suspeitos, isto é, de pessoas que seguem com sintomas e no aguardo dos resultados de exames.
E a situação mais problemática, nesse cenário, está em na capital do oeste paulista, quem tem relação com a quantidade populacional e tamanho do território. Em 2020, foram 4.854 pessoas que contraíram dengue, enquanto nesse ano cinco já foram positivadas e outras 149 pessoas segue em suspeitas.
A educadora em Saúde de Prudente, Elaine Bertacco, ressalta que a situação é bem preocupante, “pois parece que as pessoas esqueceram” de fazer o dever de casa. “Quando os agentes fazem visitas são muitos recipientes com larvas encontrados. As reclamações de moradores também aumentaram muito. É um estado de alerta e precisamos de mais atenção”, pontua.
Ela ainda destaca a questão da combinação de chuva + calor intenso, o que é comum no começo de ano. “É um mix perfeito para o mosquito se proliferar. E se isso ocorre sem a nossa intervenção, o número de casos de dengue aumenta”, lamenta. Elaine não deixa de mencionar que já existe uma preocupação muito grande hoje, que é a pandemia da Covid-19, e que não se pode abrir brecha para outras doenças, principalmente a dengue, em que todos podem evitar.
Já numa contraposição, dentre as cidades analisadas, apesar de também haver essa preocupação, em Alfredo Marcondes o número de casos de dengue no ano passado foi o menor, sendo 15. À reportagem, a Secretaria de Saúde atrela o cenário a um comportamento da população, que auxiliou “no controle da doença” e focos e dengue.
Mas assim como no outro cenário apresentado, de Prudente, por lá a preocupação com o calor e a chuva de janeiro também existem. “Será necessária uma atenção maior de todos, tanto do poder público quanto da população, frisa.
A educadora em Saúde de Prudente, Elaine Bertaco, cita ainda algumas orientações que valem para qualquer local. Antes de tudo, ela destaca que não é só dever do poder público agir contra o mosquito Aedes Aegypti, mas de todos. “É importante que cada um faça sua parte nessa luta”, afirma.
Para tanto, as dicas são as mesmas: ficar de olho em todo e qualquer possível foco de dengue. São eles: caixa d’água, vasos de planta, baldes, pneus, garrafas, enfim, qualquer recipiente que possa acumular água. “A gente pode e deve ficar de olho tanto na nossa casa quanto no trabalho”, finaliza.
Município |
2020 |
2021 |
|
Total de casos |
Casos confirmados |
Casos suspeitos |
|
Alfredo Marcondes |
15 |
0 |
0 |
Álvares Machado |
426 |
0 |
13 |
Indiana |
92 |
0 |
0 |
Martinópolis |
1033 |
0 |
0 |
Narandiba |
144 |
0 |
5 |
Pirapozinho |
703 |
0 |
6 |
Presidente Bernardes |
527 |
0 |
0 |
Presidente Epitácio |
970 |
0 |
19 |
Presidente Prudente |
4854 |
5 |
149 |
Rancharia |
2232 |
0 |
5 |
Regente Feijó |
422 |
1 |
0 |
Santo Anastácio |
421 |
1 |
0 |
Teodoro Sampaio |
376 |
4 |
21 |
TOTAL |
12.215 |
15 |
218 |
Fonte: Municípios