A 1ª DIG/Deic (Delegacia de Investigações Gerais da Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Presidente Prudente deflagrou nesta terça-feira a 2ª Fase da Operação Duloc, com o objetivo de dar cumprimento a um mandado de prisão preventiva e outro busca e apreensão. A ação policial foi desencadeada simultaneamente nas cidades de São Paulo e Mirassol/, e resultou na detenção de uma mulher, acusada de integrar uma quadrilha que atuava nos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, na prática de roubos de caminhões, crimes nos quais as vítimas eram mantidas em cativeiro até que os veículos chegassem ao destino escolhido pelo grupo criminoso, na divisa com o Paraguai.
Segundo a Polícia Civil, a mulher presa preventivamente em Mirassol era quem controlava o núcleo responsável pela logística da quadrilha. “Cabia a ela operacionalizar, à distância, toda as contratações e pagamentos necessários à prática dos roubos e sequestros. Além de receber, a título de pagamento, comissões por cada um dos roubos, ela também recebia um ‘salário’ mensal por seus serviços de gerenciamento”, destaca o órgão.
“Imagens colhidas pela investigação mostram as negociações dessa mulher com motoristas profissionais, pesquisas em sites de buscas por imóveis de aluguel que poderiam servir como cativeiros, pagamentos e transações bancárias a título de intermedeio de pagamento direcionados a esses sequestradores, o que comprova a sua participação nesses crimes”, complementa a Polícia Civil sobre a acusada, que foi indiciada pela prática dos crimes de roubo majorado, integrar organização criminosa e cárcere privado.
Investigações em série
As apurações sobre a quadrilha tiveram início no ano passado, sendo que a operação desta terça-feira foi resultado de outras seis investigações, que esclareceram ao menos oito roubos praticados pela organização criminosa, somente na região de Presidente Prudente, e resultaram nas prisões de outros integrantes.
De acordo com a Polícia Civil, o “chamariz” usado pelos criminosos era a falsa contratação de fretes anunciados em plataformas virtuais, que atraia motoristas para locais sem vigilância, os quais, acreditando que seguiam ao local do carregamento de carga, eram abordados e rendidos com emprego de armas de fogo.
“Sendo, então, levados para cativeiros na região, até que o veículo chegasse ao destino desejado pelos criminosos, permanecendo o tempo todo sob a constante ameaça. As investigações ainda revelaram que os caminhões subtraídos eram levados ao Paraguai ou até a fronteira, onde eram clonados e usados no tráfico de drogas e contrabando de cigarros”, ressalta o órgão.
A primeira fase da operação foi deflagrada em outubro do ano passado, quando foram cumpridos quatro mandados de prisões temporárias, um de prisão preventiva, além de dez buscas domiciliares. “Com a conclusão dessa primeira fase, analisando os materiais apreendidos, a Polícia Civil representou ao Poder Judiciário pela concessão de três prisões preventivas, todas já cumpridas quando do desfecho da primeira fase da Operação Duloc”, encerra a Polícia Civil.