Temperaturas chegando a 38°C, 39°C. A primavera chegou com tudo no oeste paulista. Os prejuízos ao organismo causados pelas altas temperaturas vão além do desconforto. Como tudo na vida deve ser apreciado com moderação, com o sol não é diferente.
Nessa época é preciso muito cuidado, pois a incidência de problemas sérios de saúde, como insolação e desidratação, aumenta. Segundo a médica de clínica geral, Natalia Osorio Rodrigues Menotti, de Presidente Prudente, a insolação e a desidratação ocorrem em situações de calor excessivo, como exposição solar nos horários mais quentes e por períodos prolongados, durante a prática de exercícios físicos extenuantes, excesso de roupas no calor. “Tanto a insolação quanto a desidratação ocorrem em situações na qual a ingesta hídrica é deficiente. Porém a desidratação também pode ser desencadeada pela perda de fluídos corporais de sudorese profusa, vômitos, diarreia e uso excessivo de diuréticos”.
A diferença entre as duas situações é que a insolação é o resultado do aquecimento rápido exagerado do organismo, geralmente acima de 40ºC, enquanto a desidratação é quando o corpo perde mais água do que ingere.
Segundo a médica, a prevenção da insolação é feita através do uso de protetores solares, evitar exposição solar nos horários mais quentes do dia - entre 10h e 16h, permanecer na sombra, usar roupas leves e claras. Vale lembrar que a ingestão de água além da sede sinalizada nos dias quentes deve ser também durante exercícios físicos e nos quadros de diarreia e vômitos para evitar a desidratação.
A médica explica que os sintomas iniciais de insolação são: dor de cabeça, tonturas, náuseas, pele quente e seca, pulso rápido e temperatura elevada. Já na desidratação, os sintomas iniciais são: sede, diminuição de suor, pele seca, boca seca e diminuição da produção de urina. “O ideal é que todo quadro sugestivo de insolação ou desidratação passe por uma avaliação médica para identificar a gravidade. Nos casos mais críticos, que apresentam alterações neurológicas como confusão mental, desmaios e convulsões, queda de pressão arterial, respiração rápida e difícil e, no caso da insolação, temperatura muito elevada, há indicação de hospitalização”.
A recomendação para adultos saudáveis é que consumam, no mínimo, 2 litros de água por dia. Uma forma de calcular o consumo ideal de água diário é multiplicar 35ml pelo peso corporal em quilos. Vale ressaltar que pessoas que praticam exercícios fisicos de alta intensidade, que trabalham expostos ao sol ou que vivem em cidades muito quentes tendem a ter um consumo mais elevado, enquanto idosos com doenças cardíacas e renais têm um determinado nível de restrição hídrica.
A médica ressalta ainda que o protetor solar é um item fundamental do arsenal de prevenção à insolação, pois protege a pele dos raios ultravioletas. São indicados os protetores com fator de proteção solar 30 ou mais elevados. “Além disso, deve-se evitar a exposição solar no período mais quente do dia, com maior incidência dos raios ultravioletas, que consiste no intervalo entre 10h e 16h”.
As crianças e os idosos estão mais propensos à insolação e desidratação devido à baixa ingestão de líquidos, seja por diminuição da sede ou por depender de terceiros para obter água, exposição à ambientes quentes e sem ventilação como, por exemplo, um carro num dia quente, e são mais suscetíveis a infecções do trato gastrointestinal com diarreia e vômitos.
Foto: Arquivo pessoal
Médica Natália Osório Rodrigues Menotti dá orientações de cuidados à saúde neste calorão