Para evitar dívidas já no início do novo ano, o ideal teria sido fazer um planejamento financeiro ainda em 2024, mas quem não foi atrás disso ainda pode se organizar. Segundo o economista Adriano Machado, o mês de janeiro já vem com despesas de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), material e matrícula escolares e outras que acontecem no início do ano.
“O ideal é que lá em novembro, no máximo dezembro, seja feito o planejamento. Mas quem não fez, antes tarde do que mais tarde. Então, é preciso começar o quanto antes esse planejamento para os próximos meses, aproveitando que ainda é o começo do mês de janeiro e ainda dá tempo para se organizar bem”, expõe.
Adriano explica que, para quem não tem o hábito de gerenciar suas contas, fazer um planejamento financeiro é um desafio. “Geralmente, a pessoa vai tocando a vida no escuro, não tem noção do que gasta. Não precisa ser um controle em software ou planilhas específicas, pode escrever numa caderneta, numa agenda. Para quem não tem costume de fazer isso, vai ser um desafio, porque a gente não consegue gerenciar o que não controla, é quase impossível se planejar se não tiver controle”, pondera.
O primeiro passo para um bom planejamento financeiro é ter clareza sobre os gastos. De acordo com o economista, é preciso anotar todas as despesas diárias, desde pequenas compras, como um café, até despesas maiores, como aluguel ou financiamento. “Anotar tudo o que se gasta, tudo o que recebe, e fazer um balanço, de preferência uma vez por semana ou a cada quinze dias. Não esperar o mês terminar para depois saber o que aconteceu. Colocar tudo o que vai receber no ano, a previsão, e tudo o que tem que gastar de despesa fixa”, orienta.
Adriano exemplifica: “Quem paga aluguel já sabe que vai pagar o ano inteiro. Algum parcelamento, algum financiamento, conta de energia, conta de internet. Esse tipo de conta é recorrente, é muito mais fácil de prever. Depois, verifique o que são os imprevistos e anote isso, como, por exemplo, manutenção do carro, uma reforma da casa, a compra de algum item que está desejando, isso também tem que entrar no planejamento”, aponta.
O economista orienta também que é interessante “categorizar” as despesas. “Eu gasto tanto em moradia, gasto tanto em alimentação, gasto tanto em diversão. Esse detalhamento serve para saber onde está indo o dinheiro. Se anotar sem classificar, praticamente não adianta muito”, denota.
Para quem não tem uma renda fixa, por exemplo, Adriano afirma que é ainda mais importante fazer as anotações e o controle. “Se a pessoa num mês ganha R$ 2 mil, depois no outro R$ 7 mil, o interessante é pegar o valor anual do ano anterior, por exemplo, para montar a previsão. O ideal é colocar tudo no planejamento, porque nos primeiros meses a pessoa vai ter que segurar um pouco mais as despesas, para depois ir folgando ao longo do tempo, a partir do momento que tiver uma renda um pouco melhor”, aconselha.
O economista diz ainda que, com um bom planejamento financeiro, é possível estabelecer metas financeiras claras e alcançáveis, o que é fundamental para manter a motivação e a disciplina no gerenciamento das finanças. “É preciso dividir as metas em curto, médio e longo prazo e sempre se certificar de que sejam específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo definido”, pontua.