Infectologista esclarece dúvidas sobre herpes labial

Conforme Pirajá, qualquer pessoa está sujeita à doença, pela sua transmissibilidade ser muito fácil

Saúde & Bem Estar - DA REDAÇÃO

Data 01/03/2022
Horário 10:25
Foto: Site/Medicoresponde
Herpes labial pode ser contraído através do beijo, gotículas de saliva, compartilhamento de fômites
Herpes labial pode ser contraído através do beijo, gotículas de saliva, compartilhamento de fômites

Em períodos de baixa imunidade, muitas pessoas estão predispostas a desenvolver o herpes labial, que causa dor e desconforto e atrapalha a estética. Para falar sobre o assunto, o infectologista André Luiz Pirajá da Silva vai ainda além, e explica que o vírus do herpes (herpesviridae) é composto por uma família bem grande, que tem diversos vírus que causam igualmente diversas doenças. 
“O herpes tipo 1 [labial], tipo 2 [genital], tipo 7, que é responsável pelo vírus varicela-zoster, citomegalovírus que é um tipo de herpes, o Epstein–barrvírus, o papilomavírus, são tipos de vírus da família herpes. E qualquer pessoa está sujeita pela sua transmissibilidade ser muito fácil”, expõe o infectologista.
Pirajá explica que o herpes labial pode ser contraído através do beijo, gotículas de saliva, compartilhamento de copos, talheres. Hoje é difícil dizer se o herpes tipo 1, tipo 2 estão preferencialmente nos lábios ou órgãos genitais. Pela prática do sexo oral pode haver contaminação da região genital pelo herpes tipo 1, e da mesma forma contaminação da boca pelo tipo 2.
“Então, a forma de contágio vem muito decorrente da transmissibilidade do contato e o contato com a área infectada. Possivelmente ocorre uma contaminação, porém, com carga viral menor quando o paciente não tem vesículas, ou seja, as lesões expostas. Mas caso tenha, a forma de contágio se torna muito maior”, salienta o médico.

Frequência do herpes labial

Pirajá diz que a frequência de aparecimento do herpes labial vai depender muito de pessoa a pessoa e do seu fator estressante. O estresse aqui que ele se refere não é apenas ao emocional, mas ao estresse ao que a pessoa está submetida, como noites de sono mal dormidas, má alimentação, estresse físico que vai ser decorrente por uma atividade física extenuante, sol, frio, extremos de temperatura, são fatores que poderão favorecer o desencadeamento da doença. Da mesma forma que alguns alimentos, normalmente os ácidos podem desenvolver o herpes. 
“Essa frequência é muito pessoal, peculiar. É muito importante que as pessoas tenham cuidado, onde as transmissões estão mais elevadas, evitar beijos na boca se tiver com forma de vesícula, não compartilhar fômites [objetos e substâncias capazes de transportar agentes infecciosos de uma pessoa a outra], não deve estourar as bolhas e evitar automedicação”, orienta o infecto.

Vigência das lesões

O médico enfatiza que na vigência das lesões deve-se ter cuidado com o fator agressivo climático, como calor, frio, que são coisas que podem agredir mais a pele e causar dor, tendo em vista que, o vírus do herpes infecta as terminações nervosas e podem doer muito. 
Segundo ele, normalmente dura uma semana a evolução da doença e desaparece com o tempo, geralmente sozinha, se não intervir. As pomadas são de pouca valia, geralmente tem alguma eficácia muito boa com alguns comprimidos. 
Pirajá menciona que é difícil diferenciar a infecção do herpes pelo simples fato de olhar, se ele é tipo 1, o vírus preferencialmente da boca, da orofaringe, ou herpes tipo 2. “Pela prática da felação ocorre uma troca desses vírus e eles podem perfeitamente se adaptar e se apresentar da mesma forma, tanto na região genital quanto oral. De fato, o herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível e pode ter quadros sistêmicos bem importantes como linfonodomegalia, ínguas, febre, mal-estar, dores no corpo”, pontua o infectologista.

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