Inclusão vai muito além de discursos: deve ser uma prática cotidiana

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 29/09/2024
Horário 04:45

Setembro é um mês de conscientização sobre a comunidade surda e seus direitos, sendo marcado pelo Setembro Surdo, uma campanha que visa fortalecer a visibilidade e a inclusão das pessoas surdas na sociedade. A iniciativa não é apenas uma celebração da Libras (Língua Brasileira de Sinais), mas também um momento de reflexão sobre os desafios que a comunidade enfrenta, como a falta de acessibilidade, de oportunidades e de compreensão por parte de muitos setores. Em Presidente Prudente e região, a ASSPP (Associação dos Surdos e Surdas de Presidente Prudente) tem um papel preponderante na vida deste público.

No Brasil, estima-se que existam cerca de 10 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência auditiva, das quais mais de 2 milhões são surdas severas. No entanto, muitos ainda desconhecem as necessidades dessa parcela da população. As barreiras começam no ambiente escolar, onde a falta de profissionais capacitados em Libras e a ausência de adaptações adequadas impedem o pleno desenvolvimento dos alunos surdos. E esse desafio se estende ao mercado de trabalho, onde ainda há resistência na inclusão de profissionais surdos, resultando em subaproveitamento de talentos e competências.

Um dos principais objetivos do Setembro Surdo é destacar a importância da inclusão social por meio de políticas públicas que garantam acessibilidade e promovam igualdade. Isso inclui o incentivo ao uso de Libras em ambientes públicos e privados, o fortalecimento da formação de intérpretes e a criação de materiais e serviços acessíveis em diferentes plataformas, como atendimento bancário, comércio e entretenimento. A presença de intérpretes de Libras em eventos, programas de TV e serviços essenciais também é um marco importante para garantir que as pessoas surdas tenham acesso à informação e possam exercer sua cidadania plena.

Além das questões práticas, é fundamental promover a conscientização e o respeito no dia a dia. Pequenos gestos, como evitar falar de costas para uma pessoa surda ou procurar aprender sinais básicos de cumprimento, são demonstrações de empatia que contribuem para um ambiente mais inclusivo. Empresas, escolas e famílias têm um papel crucial nesse processo, promovendo diálogos que valorizem a diversidade e eliminem preconceitos.

No contexto atual, em que a diversidade tem se tornado um valor essencial nas organizações e na sociedade como um todo, a inclusão da comunidade surda é uma questão de justiça social e de valorização do ser humano em sua totalidade. O Setembro Surdo nos lembra que uma sociedade realmente inclusiva é aquela que acolhe e respeita a comunicação em todas as suas formas, permitindo que todos participem de maneira equitativa.

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