Nesta quinta-feira, o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente realizou a captação de órgãos de um paciente de 16 anos, que foi vítima de morte encefálica. O gesto de solidariedade, autorizado pela família, é o terceiro procedimento do ano realizado pela unidade de saúde. Entre os órgãos captados, estão os pulmões, que foram para o Hospital Israelita Albert Einstein (SP). Esta é a primeira captação específica do órgão do sistema respiratório nos últimos cinco meses.
Além dos pulmões, a equipe médica também realizou a captação de fígado para São José do Rio Preto (SP), e rins, ossos e córneas para a cidade de Marília (SP). Com esta captação, cinco pessoas poderão ser beneficiadas por meio do gesto solidário.
Devido à gravidade do seu quadro clínico, o jovem evoluiu para morte encefálica nesta segunda-feira. A partir da notificação e da abertura do protocolo, que envolve abordagem familiar humanizada e ações médicas e multiprofissionais empregadas para a manutenção das alterações fisiológicas próprias do processo, a equipe deu início à captação de órgãos, realizada durante a madrugada desta quinta-feira.
A instituição explica que, quando um paciente evolui para o diagnóstico de morte encefálica, a equipe do Hospital Regional entra em contato com a família para verificar se existe o interesse em realizar a doação dos órgãos. Se a família optar pela doação, inicia-se o processo de validação do doador, no qual são realizados inúmeros exames para verificar se as condições são favoráveis para o procedimento.
Nesta quinta-feira, o trabalho do HR foi integrado ao da OPO (Organização de Procura de Órgãos) de Marília. No caso do adolescente, o procedimento foi acompanhado judicialmente, uma vez que o pai residia na Europa.
Em números, o Hospital Regional de Presidente Prudente realizou três captações de janeiro a maio de 2022, entre elas, pulmões, fígados, rins, ossos e córneas.
O médico coordenador da CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos e Transplantes), Renato Ferrari, reforça que o ato de doar órgãos é importante, uma vez que ajuda o próximo em um gesto de solidariedade em meio à dor. “A família tem que estar consciente sobre o seu desejo, pois, quando chegar a hora, ela terá que tomar a decisão e autorizar a doação de órgãos”, acrescenta.
A médica Monica Furlan, que integra à equipe do Banco de Tecido Ósseo, o Unioss, de Marília, explica que, quando chamados, sempre priorizam os ossos dos membros inferiores bilaterais, como foi o caso realizado em Presidente Prudente. “A doação de órgãos é muito importante. Caso a pessoa que faleceu tenha uma condição clínica que possibilita a doação, o gesto pode ajudar outras pessoas”, explica.
“No caso dos ossos, que não é uma captação tão comum de ser vista, a ação pode ajudar dezenas de pessoas a conseguirem um implante adequado, principalmente pessoas que não conseguiriam ter desfechos tão bons se não contassem com esse auxílio”, pontua.
Todas as pessoas podem ser doadoras de órgãos. Para isso, basta ter boas condições clínicas de saúde. No Brasil, a legislação não obriga que se realize uma declaração documental ou insira em documentos de identidade a informação de que se deseja ser doador de órgãos. Apenas converse com seus familiares e informe sobre o desejo de ser doador.
