HR capta órgãos de jovem de 20 anos; é a 4ª de pulmões de sua história

PRUDENTE - Da Redação

Data 01/07/2019
Horário 10:35
Cirurgia foi realizada no domingo, no Hospital Regional de Prudente
Cirurgia foi realizada no domingo, no Hospital Regional de Prudente

O Hospital Regional de Presidente Prudente "Dr. Domingos Leonardo Cerávolo" realizou no domingo a captação de múltiplos órgãos de uma doadora de 20 anos, residente em Álvares Machado, vítima de morte encefálica devido a uma má formação artereovenosa dos vasos cerebrais. Entre os órgãos captados da mulher estão os pulmões que foram encaminhados para o Hospital Albert Einstein em São Paulo e para o Hospital de Base de São José do Rio Preto. Além disso, o fígado, córneas e rins também foram extraídos e poderão salvar as vidas de até sete pessoas.

De acordo com Janaine Fernanda dos Santos, enfermeira responsável pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos e Transplantes (CIHDOTT) o trabalho do Hospital Regional foi integrado ao das Centrais Estaduais de Transplantes (CET’s) de São Paulo e Minas Gerais, por meio da Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Montes Claros. Isso porque, a paciente apesar de ser moradora de Álvares Machado, não tinha familiares no Estado de São Paulo.

“Encontramos na naturalidade da documentação da mulher o município de Manga, Minas Gerais, a partir deste momento entramos em contato com a delegacia da cidade para confirmar o endereço dos familiares biológicos da paciente e ligamos para a Assistência Social de Manga. Foi um trabalho em equipe, pois tivemos o apoio das CET’s de São Paulo e Minas Gerais, que nos indicaram para a OPO de Montes Claros que prontamente enviou uma enfermeira para a entrevista com a família que aceitou a doação dos órgãos da paciente. Foi um processo a distância, mas que deu certo”, explicou a enfermeira da (CIHDOTT).

Para o médico coordenador da (CIHDOTT), Renato Ferrari, o caso já havia sido dado como “perdido”, pois a equipe estava com dificuldades na localização dos familiares da jovem que estão a mais de 1.500 km de distância. “A sensação depois de todo o processo integrando a Polícia Civil do município de origem, das Centrais Estaduais de Transplantes e da Organização de Procura de Órgão é de dever cumprido! Conseguimos a autorização e percebemos que não há obstáculos quando uma família quer ajudar outras pessoas”, afirmou o médico.

Capacitação contínua

Para enfrentar procedimentos como este, a equipe do HR de Presidente Prudente mantém capacitações permanentes com as equipes assistenciais e familiares para que a abordagem na captação seja eficiente. "A equipe de enfermagem, por exemplo, possui um papel primordial no acolhimento e comunicação com as famílias, o que é fundamental para que a doação seja realizada", disse Janaine.

O CIHDOTT é responsável por todos os protocolos de morte encefálica abertos na instituição e envolve profissionais de diversos setores específicos do hospital, incluindo médicos, enfermeiros e psicóloga hospitalar.

Faça parte dessa rede do bem

Os quilômetros de distância que separam o doador e o receptor estão conectados por uma corrente do bem, que vem tentando cada vez mais ganhar adeptos, através da conscientização e orientação à população. Para ser um doador, é preciso manifestar esse desejo à sua família, uma vez que somente ela pode autorizar a doação. 

 

Publicidade

Veja também