O Centro de Radioterapia do Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente se prepara para realizar seu primeiro atendimento infantil. A paciente, que teve a identidade preservada, tem 5 anos de idade, é moradora da zona rural de Teodoro Sampaio, e portadora do glioma de tronco cerebral, uma doença rara que pode causar sintomas neurológicos graves. Conforme o presidente da fundação, José Hilário Pasquini, este será o primeiro desafio em termos de tratamento, uma vez que o caso depende de toda a atenção médica e estrutural para os trabalhos que começam na segunda-feira e se estendem ao longo de seis semanas - o que equivale à aplicação de 30 seções de radioterapia, sendo necessária a sedação em cada uma delas.

De acordo com José Hilário, o centro – inaugurado no dia 6 de outubro de 2015 -  realiza cerca de 20 atendimentos diários, incluindo todos os tipos de câncer. Entretanto, a grande diferença do infantil para os demais é que este primeiro contará com o apoio de profissionais das áreas de anestesia e farmacologia. "Não tínhamos estes especialistas, agora, entretanto, contamos com toda a estrutura técnica possível", salienta.

Segundo o médico responsável pelo atendimento da criança, radioterapeuta Felipe Trevisan, a paciente permanecerá sedada durante as seções de radioterapia, visto a necessidade de que o corpo permaneça de maneira estática. Sendo assim, a presença voluntária de um anestesista permitiu a total competência dos serviços. Felipe explica os procedimentos e esclarece que "todas as aplicações serão realizadas de maneira localizada, a fim de diminuir o tamanho da lesão e ter como consequência a vida saudável da criança".

Apesar do primeiro apoio voltado a esta faixa de idade, o especialista aponta que este período pode ser contextualizado basicamente como nos demais casos, evidenciados pela aplicação da parte gráfica; tomografia; planejamento; e a efetiva realização. "Em crianças existem alguns detalhes especiais, como os já citados", reforça.

"Esta é uma prova de que o centro está em sua plena capacidade", considera a física médica Bruna Mascarin Menoti, responsável pelo aparelho radioterápico – que custou cerca de R$ 2,5 milhões por parte do Estado. Segundo ela, todos os casos analisados e direcionados para a radioterapia são passíveis de exames e terapia. "Estamos preparados e capacitados para atender toda população", menciona.

 

SAIBA MAIS

BALANÇO

Com um investimento total de R$ 60 milhões, a obra do Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente foi iniciada em 2003 e, conforme José Hilário, será integralmente concluída até março, quando o próximo passo será a colocação da mobília e as contratações dos profissionais. Até o momento, 15 pacientes já concluíram os atendimentos no Centro de Radioterapia, sendo esta a única ala em funcionamento nas dependências, que após a finalização da obra, contará, ao todo, com 140 leitos.