Em levantamento feito pela reportagem sobre a estrutura de tratamento de doenças renais crônicas nos hospitais de Presidente Prudente, apurou-se que, no total, o município possui 61 cadeiras de hemodiálise. São 36 poltronas na Santa Casa de Misericórdia e 25 no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente. De acordo com o Carim (Associação de Apoio ao Paciente Renal Crônico e Transplantado), atualmente 380 pacientes realizam hemodiálise nos hospitais do município.
Na Santa Casa, no ano passado, por conta da pandemia, apenas um transplante de rim foi realizado e, atualmente, 210 pacientes fazem hemodiálise na instituição.
No HR, conforme indica o hospital, foram realizadas 24 captações de rins em 2021; já em 2020, foram 32: uma diminuição de 25% dos procedimentos de um ano para o outro.
Para o nefrologista e médico voluntário do Carim, Gustavo Navarro Betônico, a estrutura para o tratamento de doenças renais em Presidente Prudente reflete a realidade do Brasil. “Em Prudente e na nossa região, assim como acontece no país todo, existe um déficit de vagas de hemodiálise, até porque nos últimos anos e nas últimas décadas houve uma redução do financiamento. Então, o número de cadeiras de hemodiálise por habitante diminui progressivamente por esta falta de financiamento”, realça o médico.
Segundo ele, a saída deste cenário seria a abertura de novas clínicas adequadamente financiadas e o investimento na promoção de campanhas de saúde pública para que o paciente não chegue na condição de necessitar a realizar a hemodiálise.
O nefrologista pontua que as doenças renais crônicas estão associadas, principalmente, ao diabetes e à hipertensão arterial. “No Estado de São Paulo, o diabetes é a principal causa de pacientes em hemodiálise e de pacientes que necessitam de transplante de rim. Nos outros Estados da federação, a hipertensão ainda está em primeiro lugar”, relata o médico.
Conforme indica o nefrologista, o que mais preocupa em relação à doença renal crônica é que em seus estágios iniciais ela é pouco sintomática. “Então, se você não faz exames de rastreamento ou não suspeita da doença, ela não é detectada no estágio inicial, que é um momento em que o tratamento é mais fácil, rápido e barato, que depende do uso de alguns medicamentos”, explica o médico.
Pacientes que possuem diabetes, hipertensão, tem histórico de doenças renais na família ou que já realizou algum procedimento médico renal, necessita de acompanhamento periódico. É o que elucida Gustavo. “O acompanhamento precisa ser periódico. Em casos mais graves, às vezes, ele é até mensal, antes da hemodiálise. Já em casos mais leves, o acompanhamento anual é suficiente. É necessário que o paciente realize exames de urina para ver se não há perda de proteína, avaliar um exame chamado creatinina, que irá avaliar a porcentagem de funcionamento dos rins. Conforme o grau e o estágio da doença existem medicamentos específicos para o tratamento”, realça o nefrologista.
SAIBA MAIS
Semana do Rim: Carim realiza ações de conscientização sobre doença renal crônica
Associação de Apoio ao Paciente Renal Crônico oferece tratamento humanizado em Prudente