O momento era de oração. A cada quadra do Cemitério Municipal São João Batista, em Presidente Prudente, familiares se reuniam em silêncio para retomar as lembranças daqueles que já se foram. Na manhã de ontem, cerca de 10 mil pessoas estiveram no local para celebrar o dia de Finados, e a expectativa da administração era de que até o começo da noite o número chegasse a 20 mil. Já no Cemitério Municipal Campal Parque da Paz, no começo do dia foram contabilizados em torno de 3 mil visitantes, o que deveria chegar à casa de 8 mil. De acordo com o gerente administrativo, Carlos Alberto de Lima, isso totalizaria em torno de 28 mil visitas nos dois locais.
Nas dependências do São João Batista, o bispo dom Benedito Gonçalves dos Santos celebrou uma missa campal às 9h, onde reuniu grande quantidade de fieis. Na ocasião, houve ação de graças aos policiais militares mortos no cumprimento do dever, e que estão sepultados no local. Estiveram presentes representantes do 18º Batalhão da Polícia Militar em Prudente, familiares e amigos dos mortos como forma de homenagem.
A autônoma Maria Antônia Virgíneo, 49 anos, segue a tradição da igreja católica e tira o dia para orar pelas almas dos que partiram, desde os mais recentes, até os mais antigos, tradição que foi passada por gerações. “É um momento de reflexão onde pedimos para que nossos entes continuem descansando em paz. Além disso, é interessante para que não sejam esquecidos, afinal, em diversos momentos das nossas vidas eles foram importantes e devemos permanecer em oração por cada um”, pontua.
Para a aposentada Claudice Vital de Queiroz, 63 anos, o momento é de “grande tristeza” por relembrar as lembranças dos parentes mortos. “Mas sempre procuro pensar pelo lado positivo, de que devemos aproveitar a vida ao máximo e não deixar os desejos de lado. E, enquanto eu estiver com saúde e disponibilidade para vir orar, continuarei firme e forte a visitá-los nesta data”, relata a aposentada.
Enquanto muitos aproveitaram o dia para acender velas e colocar flores aos falecidos, há aqueles que buscaram transformar a dor do luto em conforto, como é o caso do pregador Gabriel Sousa, 23 anos. Ele e um grupo de 26 pessoas se reuniram em pontos estratégicos de ambos os cemitérios, onde puderam ler a palavra de Deus àqueles que estivessem tristes.
“Nossa missão é levar a paz e explicar trechos da Bíblia Sagrada para que a tristeza seja amenizada. Não impomos a nossa religião, muito pelo contrário, já que não tem como identificar a crença de cada abordado. Durante a manhã, fomos muito bem recebidos e estamos cumprindo com o que nos foi dado”, afirma Gabriel.