"Hei, moleque, que frescura, não foi nada demais. Homem não chora!" Como não se a gente tem vontade de se derreter em lágrimas até em comercial de margarina? Desde a infância, nós, homens, somos criados para não expor nossos sentimentos, abocanhá-los goela abaixo até mesmo diante da frustração, da dor, da perda… Fomos educados para “engolir o choro”, guardar para si toda explosão de sentimentos, sob a autoridade de alguém.
Mas até quando será assim? Faremos o mesmo com nossos filhos? Daremos sequência ao ciclo vicioso do machismo? Historicamente o homem foi tido como provedor do lar. Trabalha fora o dia todo, enquanto a mulher cuida dos afazeres domésticos e da criação e educação dos filhos. A figura patriarcal era, e ainda é em muitas casas, aquela a qual devemos total respeito, temor e obediência. Já à matriarca, a base para os cuidados, o amor, o acolhimento...
E, assim, por muito tempo, de geração em geração, fomos forçados a seguir a mesma linha de conduta. Se “homem não chora”, também “tem de ser duro”, “não levar desaforo para casa”, “ser macho” e na outra ponta há mulheres ainda educadas para crer que “homem é tudo igual”, “é ogro, bruto, violento”... E, assim, inconscientemente, o machismo enraizado em nossa sociedade deixa marcas silenciosas, muitas vezes com atos de violência doméstica, por exemplo...
Desde que nascemos são incorporados em nosso caráter e subconsciente conceitos machistas, que nos aprisionam, nos fazem reféns, verdadeiros homens-bomba, prestes a colocar para fora toda uma vida emocional… E, se não houver policiamento, propagamos o mesmo à nossa prole, sem qualquer filtro... Quantas serão as vezes que precisaremos sentir a garganta arder pela vontade de chorar ou mesmo os olhos marejar, mas não permitir que uma só gota pingue no rosto?
Quanto mais enclausuraremos nossos sentimentos, deixaremos de falar de amor, de permitir que ele irradie, seja demonstrado, e ainda nos pressionaremos pela responsabilidade financeira do lar? E ainda armazenaremos a partilha sobre nossos pesos, dores, medos, culpas e rancores? Mas homem não pode expor suas fragilidades. Certo? Errado!
Não conseguimos ser sustento da família o tempo todo, somos falíveis, nos decepcionamos com nós mesmos e com os outros, queremos expor as nossas dificuldades como homem, pai, marido, filho, nossos anseios emocionais… Mas, nos deparamos com uma sociedade injusta com poder de “Justiça” no punho e no espírito, que tem para cada erro um tribunal, que nos condena não só pelas atitudes, mas pelo gênero a qual pertencemos.
A inserção, ascensão e visibilidade da mulher no mercado de trabalho, bem como o maior acesso à informação, tem provocado transformação nas rotinas familiares, fazendo com que muitos representantes do sexo masculino também participem ativamente da vida da família, da rotina doméstica e da criação e educação dos filhos. Os homens não estão só presentes nas trocas de fraldas, mas nos deveres escolares, nas reuniões de pais e mestres, no trajeto para a escola, nas compras ao supermercado, no tanque, na pia ou no fogão…
Queremos dos filhos o mesmo respeito que nossos pais tiveram de nós, mas precisamos nos conectar afetivamente de uma nova forma. Podemos fazer diferente ou... até quando não choraremos?
Tecnologia e seu impacto
Quem vive com crianças em casa sabe que os dispositivos digitais, seja a televisão, vídeogame, computador ou celular, fazem parte da rotina. A influência da tecnologia, inclusive em bebês com menos de um ano, tem modificado as formas de aprendizado e os tipos de brincadeiras. Um exemplo simples é que mesmo antes da alfabetização, muitas crianças manuseiam smartphones e tablets com bastante desenvoltura, escolhendo o conteúdo que desejam assistir ou brincar. Mas essas práticas digitais podem gerar algum "risco" para a infância? Segundo a psicóloga Rita Calegari, o recurso digital é valioso e complementa a educação, mas não é a educação em si. "Pais devem usar estes dispositivos complementando-os com outros, em que a totalidade de habilidades da criança seja estimulada", afirma. Leia mais no blog Papai Educa.
Movimento nas férias
O sedentarismo e a obesidade infantil vêm crescendo exponencialmente nos últimos anos. De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerada sedentária uma criança na faixa etária entre 6 e 17 anos que pratique menos de 300 minutos de atividade física semanalmente (uma hora por dia, cinco vezes por semana). Há algumas gerações, os exercícios deixaram de ser parte integrante do cotidiano. Jogar bola, correr, pular corda e nadar são excelentes práticas para despertar hábitos saudáveis. “Até os 10 anos se deve gastar energia com brincadeiras lúdicas, passear no parque, andar de bicicleta e curtir uma caminhada com os pais. Acima dessa idade, dentre as inúmeras opções estão os esportes coletivos, como futebol, vôlei e basquete”, exemplifica Karina Hatano, médica do exercício e do esporte. Leia mais no blog Papai Educa.