Apesar de ser cada vez mais abordada em campanhas, a hipertensão - caracterizada quando a pressão arterial fica continuamente acima de 140 x 90 mmHg (14 x 9) – vem atingindo um grande número de pessoas em todo o mundo.
Conforme o primeiro relatório global sobre a doença divulgado na última terça (19) pela OMS (Organização Mundial de Saúde), durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York (EUA), e mostrado na edição de hoje, um em cada quatro brasileiros na faixa etária entre 30 e 79 anos tem hipertensão. São 50,7 milhões de pessoas vivendo com pressão alta. E, para que o país atinja a marca de 50% dos casos controlados, seria preciso que mais 8,4 milhões de pessoas recebessem um tratamento eficaz, segundo o relatório.
A hipertensão é crônica e não tem cura. Sem o devido controle, pode ocasionar uma série de males. Entre as dez maiores causas de mortalidade no mundo, cinco estão associadas à hipertensão não controlada: doença isquêmica coronariana, AVC, doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes e doenças renais. Além disso, a hipertensão aumenta o risco de descolamento de retina, infarto agudo do miocárdio e perdas de visão e audição.
Mesmo sendo herdada dos pais na maioria dos casos, há diversos fatores, além do consumo exagerado de sal, que influenciam nos níveis de pressão arterial. Muitos, porém, por falta de informação, acabam dificultando o tratamento ou, às vezes, piorando o problema.
Aí que entra a importância da prevenção. Entre os diversos fatores de risco, por exemplo, está a obesidade. Mudança de hábitos alimentares e o estilo de vida mais sedentário, extremamente comum neste mundo moderno, acentuam a prevalência da pressão alta. Ao invés de brincadeiras saudáveis na rua, que fazem a criançada suar, como pega-pega, futebol, bicicleta e skate, e atividades físicas regulares, vemos hoje pequenos e adultos viciados em computadores, videogames e celulares, acomodados a terem tudo na mão, sem precisarem sair de casa.
Seguir uma rotina de vida saudável, com exercícios físicos e alimentação balanceada, parece ser difícil, mas é fundamental para controlar ou até mesmo evitar a doença.
O álcool em grande quantidade também é inimigo da pressão sob controle, por isso deve ser eliminado da dieta ou consumido com muita moderação. No caso das pessoas que tomam remédio, o essencial é que nunca se esqueçam de tomar ou mude o medicamento por conta própria. Assim como as bebidas, o cigarro também contribui para a hipertensão, além de comprometer toda a saúde. O estresse precisa ser controlado e a aferição da pressão, junto com exames médicos, deve ser feita sempre que possível, para evitar problemas mais sérios.
Depois de ser diagnosticada com a doença, a pessoa infelizmente, não tem muito o que fazer, senão aprender a conviver com ela e a controlá-la. Sem sintomas perceptíveis, é uma assassina silenciosa, que exige atenção. Mas pode ser evitada!