Ontem, foi lembrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, ou pressão alta, como é conhecida. Segundo o Ministério da Saúde, a data foi criada para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da hipertensão, uma doença que afeta 27,9% da população brasileira. Isso equivale a aproximadamente 50 milhões de pessoas entre 30 e 79 anos.
Mas não só os adultos podem ter pressão alta. “A hipertensão arterial é uma doença crônica definida por elevação dos níveis da pressão arterial. É considerada um problema de saúde pública mundial com alta também dos casos de crianças e adolescentes, principalmente associados ao aumento de sobrepeso e obesidade”, explicou a cardiologista pediátrica, Mariana Sampaio Andrade, de Prudente.
A cardiologista explica ainda que a hipertensão arterial é uma doença multifatorial, ou seja, pode ser causada por vários fatores, como estilo de vida, obesidade, estresse, sedentarismo, alimentação rica em produtos industrializados, doenças renais, doenças cardíacas, uso de medicação e fatores genéticos, como histórico familiar de hipertensão. “A hipertensão arterial frequentemente é silenciosa, mas em alguns casos pode causar sintomas como dor de cabeça, tontura, alteração do sono e irritabilidade”, afirma.
De acordo com a cardiologista, a aferição da pressão deve ser iniciada aos 3 anos de idade, pelo menos uma vez ao ano e antes em casos específicos com condições que podem elevar a pressão arterial, como prematuridade, doenças renais, neoplasias (crescimento anormal e descontrolado de células que se dividem em dois tipos: benigno e maligno) e cardiopatia congênita (anomalias ou defeitos no coração que ocorrem desde o nascimento, durante o desenvolvimento do feto). “O diagnóstico é feito com a aferição da pressão com manguito de tamanho adequado para a circunferência do braço da criança e a classificação é baseada em valores de normalidade de acordo com a idade e estatura da criança ou adolescente”, esclarece.
A médica ressalta que o tratamento inicial, em grande parte dos casos, dependendo da causa, é realizado com mudanças nos hábitos alimentares, atividade física, redução de peso e controle do estresse. Na ausência de resposta ao tratamento não medicamentoso, assim como na presença de alterações no sistema cardiovascular, renal e no sistema nervoso central, o tratamento com medicação é essencial.
“Se não for tratada, a hipertensão arterial é um dos fatores de risco para doença arterial coronária, AVC [acidente vascular cerebral] e insuficiência renal”, alerta.
A cardiologista afirma ainda que, para evitar o desenvolvimento da hipertensão arterial, é preciso manter desde a infância uma alimentação saudável e equilibrada. “É preciso encorajar a atividade física regular, controle de peso, redução do tempo de tela [celular/computador], controle do estresse e avaliação médica de rotina. A hipertensão arterial, quando tratada de forma adequada, reduz o risco futuro de complicações”, pontua.