“Quem não tem tempo para cuidar da saúde, terá que arranjar tempo para cuidar da doença”. O alerta é do especialista em Clínica Médica pelo HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente, o cardiologista José dos Reis. Ressalta que a doença está associada a 45% das mortes cardiovasculares, incluindo casos de infarto e insuficiência cardíaca. “Quando consideramos AVC [acidente vascular cerebral], essa prevalência aumenta para mais de 50%. Esses dados são alarmantes devido à ausência de sintomas na maioria dos casos, levando a diagnósticos tardios e falta de compromisso com o tratamento”, frisa.
A hipertensão arterial, conforme o médico, é uma condição crônica não transmissível caracterizada pelo aumento sustentado da pressão arterial para níveis iguais ou superiores a 140x90mmHg (milímetro de mercúrio), confirmados em duas ocasiões distintas. “Não há uma causa única para o aumento da pressão arterial, sendo resultado de uma combinação de fatores, como genética, idade, obesidade, má alimentação e sedentarismo. É importante ressaltar que a pressão arterial não aumenta abruptamente, mas se desenvolve ao longo de anos”, destaca.
José explica que as pessoas mais suscetíveis a desenvolver a hipertensão arterial são aquelas com fatores de risco, como predisposição genética, idade avançada e hábitos de vida pouco saudáveis, como má alimentação e falta de exercícios físicos. Tende a ser mais prevalente em homens em idades mais jovens, enquanto em mulheres, especialmente após a menopausa, a incidência aumenta devido à diminuição da proteção hormonal. “O diagnóstico da hipertensão arterial é simples e baseado em medidas da pressão arterial, obtidas com um esfigmomanômetro e estetoscópio. Valores iguais ou superiores a 140x90mmHg em duas ocasiões distintas confirmam o diagnóstico”, relata.
O tratamento da hipertensão arterial envolve um tripé, segundo indicação do médico. “Medicação, alimentação saudável e atividade física regular. A falta de qualquer um desses elementos compromete o equilíbrio do tratamento. Além disso, há uma variedade de medicamentos eficazes disponíveis para ajudar no controle da pressão arterial”, ressalta, ao apontar que a ausência de tratamento adequado pode resultar em complicações graves, como infarto, insuficiência cardíaca, necessidade de hemodiálise e sequelas incapacitantes de AVC.
E quais hábitos devem ser adotados por pessoas saudáveis com o objetivo de evitar o desenvolvimento da hipertensão? “Vocês lembram do tripé? Dois itens auxiliam no processo de prevenção. Não existe atividade física em comprimido. Você tem que sair de casa e ir à academia. E a outra, a alimentação. O excesso de sal está em todas as casas. A média diária de consumo está em 9g/dia. Algo muito além do recomendado de 5g/dias. Muitos alegam que não colocam muito sal na comida, mas se esquecem de que 80% do nosso consumo de sal vem de alimentos processados”, indica.
“Vou reforçar o que digo em minhas consultas. Quem não tem tempo para cuidar da saúde, terá que arranjar tempo para cuidar da doença. Então, sejam ativos fisicamente. Trinta minutos ao dia de caminhada reduz muito o risco de hipertensão. Outra orientação é em relação à alimentação. Descasque mais e desembrulhe de menos”, finaliza.