Há mais de duas décadas, quando foi criado pelo governo de São Paulo, o Projeto Guri tinha como objetivo principal promover a educação musical e a prática coletiva de música, entre seus alunos. Começou de maneira tímida, com o ensino gratuito de alguns instrumentos em poucos municípios do Estado. Hoje, somente na região de Presidente Prudente, são 31 polos que, com todo o trabalho desenvolvido durante o ano, conseguem além de resgatar a cidadania de crianças e jovens, descobrir novos talentos e ainda atuar na prevenção da violência. Ao invés de estarem na rua, por exemplo, aprendendo o que não presta ou fazendo coisa errada, estão ali, dedicando parte do seu tempo à cultura.
Quem se matricula no projeto tem a oportunidade não só de adquirir conhecimento e ganhar um destaque no currículo, mas até futuramente, quem sabe, investir na carreira. Neste período de pandemia, então, dá pra unir o último ao agradável. Aproveitar o tempo em casa para aprender e se dedicar!
O período de inscrições, conforme divulgado hoje, em O Imparcial, segue até o dia 20 de agosto, de forma online. Mais de 1,3 mil vagas estão sendo oferecidas na região, para 30 cursos gratuitos de música, no contraturno escolar.
Para participar é simples. Não é preciso ter conhecimento prévio de música, instrumento e nem passar por seleção. Basta que o interessado – tendo este entre 6 e 18 anos de idade incompletos - esteja matriculado em qualquer instituição de ensino, seja ela da rede pública ou particular. Outro aspecto interessante é que o aluno não precisa ter o instrumento para participar dos cursos, ou seja, o projeto já disponibiliza todo o material necessário.
As aulas terão início no dia 9 deste mês e, independentemente do retorno presencial, alunos e alunas terão acesso às aulas e atividades por meio da plataforma de ensino a distância. Em razão da pandemia, o projeto seguirá, por enquanto, de modo remoto.
Novidades sobre o Guri são divulgadas constantemente na mídia. Muita gente, porém, ainda desconhece a importância e o funcionamento do projeto. Para começar, não há distinção. Qualquer criança ou adolescente que queira participar das aulas é bem recebido, permitindo que pessoas de diferentes raças ou classes sociais se interajam e estudem juntas. Meninos e meninas antes discriminados pela sociedade passam a se apresentar ao público e a receber aplausos e elogios, antes raramente ou nunca vistos.
Ao invés das drogas, têm-se os instrumentos. No lugar da marginalidade, a disciplina. As ruas? Só se for para apresentações! Por ano, no Estado, são cerca de 50 mil alunos atendidos, em quase 400 polos de ensino. Um projeto que transforma vidas... um projeto digno de aplausos!