Um nome que, a princípio, pode parecer algo relacionado a algum bairro ou distrito rural de alguma cidade do oeste paulista. Entretanto, para alguns torcedores do Santos Futebol Clube, moradores de Pirapozinho e região, a união entre o primeiro termo do nome do estádio do time – como é conhecido popularmente, Vila Belmiro – juntamente com o número que faz alusão ao código telefônico da região de Presidente Prudente, simboliza muito mais que qualquer referência geográfica ou algo similar. Para alguns fanáticos torcedores do Peixe na região, a junção denominada Vila 18, simboliza a união entre amigos e aficionados pelo clube, reunidos com o propósito de reviver o passado e acompanhar o presente, de maneira divertida e pacífica.
Formado no dia 18 de abril de 2016, por meio das redes sociais, o grupo Vila 18 foi uma iniciativa de amigos santista de Pirapozinho. Entre eles, o professor de educação física Fábio Paes da Costa, 33 anos, além do publicitário Eduardo Aparecido da Silva, Duda, 35 anos. Outros dez torcedores assinam como co-fundadores do grupo, que inclusive conta com estatuto próprio.
Os fundadores do Vila 18 relatam que o grupo também tem como intuito aproximar alguns torcedores, ainda pouco familiarizados com a rica história do time da Vila Belmiro, bicampeão mundial em 1962 e 1963, e tricampeão da Taça Libertadores da América, em 1962, 1963 e 2011, além de deter em sua história o nome de grandes jogadores do futebol mundial, como Pepe, Neymar, Robinho e o “rei” Pelé. “Em março deste ano fizemos uma excursão à Vila Belmiro, onde fomos em mais de 40 pessoas com um ônibus, para o jogo contra o Palmeiras. Ali, muitos visitaram o estádio pela primeira vez”, contou Fábio Costa, que tem nome de ídolo santista. Antes disso, o grupo já havia organizado outra excursão ao estádio, em outubro do ano passado, também em um jogo contra o Palmeiras.
Sobre o perfil dos participantes do Vila 18, os organizadores deixam claro aos integrantes quais tipos de comportamentos e práticas não são autorizados nas reuniões e excursões do grupo, também frequentados por famílias inteiras, incluindo mulheres e crianças. “Sempre avisamos que, por exemplo, nas excursões não é liberado o uso de bebida alcoólica, drogas muito menos. Brincamos, nos divertimos, mas sempre respeitando”, completou o professor.
Ricas histórias
Se o grupo possui apenas pouco mais de um ano de história, seus integrantes têm os laços estreitados com o Santos há muito tempo. E seus estórias são tão ricas quanto a própria história do clube de Vila Belmiro, conhecida mundialmente.
Fábio Costa começou a torcer pelo Santos ainda criança, sob influência do pai, que faleceu no dia de seu aniversário, quando ele tinha seis anos de idade, assassinado, exercendo a profissão de policial militar da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). “Hoje, falo e relembro disso sem problemas, foi um grande sentimento que ele me deixou”, relata.
Já Duda, que também traz o mesmo sentimento pelo Santos desde criança, quando ainda morava na zona leste de São Paulo e acompanhava o pai pelos estádios da capital. No livro comemorativo ao centenário do alvinegro praiano, completado em 2012, escrito pelo jornalista Odir Cunha, Duda teve um texto escrito em homenagem ao pai, também já falecido, falando sobre esse relacionamento entre pai, filho e o clube alvinegro. “Uma verdadeira alegria e honra”, como descreve Duda, um dos fundadores do Vila 18.
Para os interessados em participar do Vila 18, que não tem relação alguma com Torcidas Organizadas, o grupo está presente nas rede sociais Facebook e Instagram. Para encontrá-los, basta procurar pelo nome Vila 18, ou entrar em contato pelo telefone (18) 99117-0492.