Greve afeta serviços em bancos, escolas e hospital

Servidores públicos das áreas da saúde, educação e segurança, entre outras categorias, prometem intensa mobilização hoje

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 28/04/2017
Horário 08:49
 

Servidores públicos das áreas da saúde, educação e segurança prometem uma intensa mobilização hoje, em Presidente Prudente, assim como em outros inúmeros municípios brasileiros, como forma de protesto contra as reformas previdenciária e trabalhista, bem como a terceirização, movidas pelo governo federal. A partir das 7h, os trabalhadores cruzam os braços na intitulada "greve geral", convocada pelas centrais sindicais e movimentos sociais, na rotatória do Museu e Arquivo Histórico Prefeito Antônio Sandoval Netto, de onde uma caminhada partirá rumo ao calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei, no centro, com chegada prevista para às 12h. A ação já tem apoio anunciado dos bancários, motoristas, comerciários, entre outras categorias. O movimento deve afetar o funcionamento de escolas, dos bancos e até do Hospital Estadual Odilo Antunes de Siqueira, que deverá ter 70% dos serviços paralisados.

Jornal O Imparcial Detalhes do movimento grevista foram definidos em reunião entre lideranças no Seaac

A adesão do SindSaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo) é confirmada pelo diretor regional, Paulo Roberto Índio do Brasil, que participou na manhã de ontem de uma reunião no Seaac (Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio e de Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e em Empresas de Serviços Contábeis de Presidente Prudente e Região), com as principais lideranças da mobilização. A Secretaria Estadual de Saúde, no entanto, argumenta que não recebeu nenhuma comunicação de paralisação dos trabalhadores, portanto, acredita que suas unidades de atendimento funcionarão normalmente.

O presidente do Seaac e representante regional da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Paulo Oliveira, afirma que as reformas propostas pelo governo retiram direitos, precarizam a relação de trabalho, reduzem salários, penalizam as mulheres e criam barreiras que impossibilitam a aposentadoria do trabalhador. "A nossa única e efetiva arma contra esse golpe de retirada de direitos é demonstrar a nossa insatisfação com a greve geral", diz.

 

Escolas

Pelo menos nove escolas de Prudente, Pirapozinho e Regente Feijó terão os trabalhos atingidos pela paralisação, segundo balanço parcial da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), divulgado ontem. O conselheiro estadual de representantes da entidade, Wilian Hugo Correa dos Santos, diz que os docentes que cruzarão os braços integrarão a mobilização em frente ao museu. Entre as unidades que terão professores na greve geral estão seis de Prudente, uma de Pirapozinho e duas de Regente.

Coordenadora da subsede da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da Frente Brasil Popular, além de presidente do Sintrapp (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Presidente Prudente e Região), Ana Lúcia de Mattos Flores, fala que todos os servidores foram convocados, inclusive os professores da rede municipal, que devem engrossar o protesto.

Em função da possível participação dos docentes na paralisação, a Seduc (Secretaria Municipal de Educação) ressalta que, "em se tratando dos profissionais da educação, sabemos que o sindicato da categoria está tentando mobilizar, principalmente, professores da rede municipal de ensino". Por conta disso, anuncia que a pasta, em caso de ausência de profissionais em sala de aula, estará, de acordo com a quantidade de professores faltantes, suprindo as necessidades com professores adjuntos, que ficam à disposição para este tipo de situação. Ainda destaca que está aconselhando os diretores das unidades a orientarem os pais no caso da necessidade de dispensa do aluno.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação orientou que todas as escolas estaduais estejam abertas e com aulas nesta sexta-feira. "A pasta acredita no compromisso dos professores com os alunos", diz o texto. Todas as 91 Diretorias de Ensino devem acionar, mediante necessidade, os professores eventuais do cadastro para substituição. A determinação é que todas as faltas injustificadas sejam descontadas.

 

 

 

Transporte coletivo

O Sintrattepp (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de Presidente Prudente e Região) relata que, embora seus associados tenham confirmado participação na manifestação contra as reformas, os serviços no transporte coletivo funcionarão normalmente.

 

SAIBA MAIS

Paralisação nos Correios

Ontem, agências dos Correios de Presidente Prudente e região operaram normalmente, mesmo diante de uma paralisação da classe que começou na noite de anteontem, em diversos cantos do país. A mobilização, segundo a empresa, não afeta o atendimento à população, sendo que somente os serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12 e Sedex Hoje) estavam suspensos ontem. Levantamento parcial realizado pelos Correios mostrava no meio da tarde que 86,31% do efetivo total dos Correios no Brasil estava presente e trabalhando. No interior do Estado de São Paulo, 83% do efetivo cumpria jornada normal de trabalho. "A empresa esclarece que está cumprindo todas as cláusulas do acordo coletivo vigente e que considera a paralisação, neste momento delicado pelo qual passam os Correios, um ato de irresponsabilidade, uma vez que está e sempre esteve aberta ao diálogo com as representações dos trabalhadores", expõe a Assessoria de Imprensa da empresa. "O movimento sindical reivindica, entre outras medidas, itens relacionados à reforma da Previdência e trabalhista, que são temas de cunho constitucional e de políticas governamentais dos quais os Correios não possuem governabilidade, não havendo qualquer possibilidade de tais temas serem objetos de pautas de negociações entre a empresa e as entidades representativas dos empregados", expõe.

 
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