Competição na escola José Soares Marcondes premiará a turma de cada período que recolher a maior quantidade do material
Com o objetivo de conscientizar as crianças sobre a importância de reciclar o óleo de cozinha, a Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) promoveu ontem, na Escola Municipal José Soares Marcondes (Bosque), em Presidente Prudente, o lançamento da gincana de recolhimento do material, que tem início na próxima segunda-feira e se estende até o dia 30 de junho. Durante esse período, a turma de cada período que coletar a maior quantidade de óleo usado será premiada com um passeio ao Balneário da Amizade, em Presidente Prudente. Conforme o titular da pasta, Wilson Portella Rodrigues, a ação mobilizará 710 estudantes da instituição e terá seu resultado divulgado em 3 de julho.
O secretário expõe que a ação junto aos pequenos busca atingir a população em geral, uma vez que as crianças são replicadoras do conhecimento e, por meio da gincana, incentivarão a coleta do óleo em comunidade. Ainda segundo Portella, a destinação correta do material evita os prejuízos causados aos recursos hídricos, considerando que um litro de óleo descartado de forma incorreta é suficiente para poluir até 25 mil litros de água. A engenheira ambiental da Semea, Nelissa Gonçalves Garcia, acrescenta que, ao entrar em processo de decomposição na natureza, o óleo emana o gás metano, que é 21 vezes mais tóxico do que o gás carbônico.
O diretor da escola, Edimar Aparecido da Silva, acredita que a iniciativa é uma forma de fomentar pequenas atitudes em prol da preservação do meio ambiente. Segundo ele, a partir dos resultados alcançados com a gincana, a instituição analisará a possibilidade de implantar a coleta de óleo usado de forma fixa na unidade. A estudante do quarto ano, Ana Luiza Flores Mendes Alves, 9 anos, não só ficou animada com a gincana, como também prestou atenção nas orientações da Semea. “Aprendi que podemos reciclar o óleo ao invés de jogá-lo em qualquer lugar”, conta. Já a aluna Lavinya Menossi, 10 anos, considera a gincana importante para passar a mensagem de que não se deve descartar óleo em ralos, a fim de impedir a poluição do meio ambiente. “Para a coleta, vou pedir a ajuda da minha família e dos vizinhos”, pontua.
A principal instrução da Semea é que os estudantes acondicionem os restos de óleo de cozinha em garrafas PET de 2 litros, devidamente fechadas, e entreguem ao professor responsável pela turma.
Destinação
No município, a Cooperlix (Cooperativa dos Trabalhadores de Produtos Recicláveis de Presidente Prudente) é a responsável pela coleta de óleo de cozinha. A presidente da cooperativa, Maria Aparecida Assis Silva, enfatiza que todo o material arrecadado pelas crianças será destinado ao endereço da Cooperlix, onde ganha duas finalidades. Enquanto uma parte do óleo é utilizada pelos catadores para a fabricação de sabão, a outra é revendida para empresas de tintas e biocombustível. “Como não temos um lugar adequado para fazer a filtração e tirar a borra do óleo, repassamos às indústrias. O recurso obtido é revertido para a cooperativa”, esclarece.
Maria Aparecida não estima a quantidade de óleo que a Cooperlix coleta mensalmente, no entanto, afirma ser pouco, já que poucas pessoas têm conhecimento desse serviço. “Muitos preferem descartar no ralo, o que é um erro, pois a borra vai acabar entupindo o cano”, previne. A presidente completa que os interessados em destinar grandes quantidades de óleo para a cooperativa podem entrar em contato pelo telefone 3203-9794 e solicitar que a equipe de catadores busque o material armazenado.
Legislação
A iniciativa da Semea vai ao encontro da Lei Municipal 9.349/2017, aprovada em 22 de maio pela Câmara Municipal, que institui a política de coleta, tratamento e reciclagem de óleo e gordura de origem vegetal ou animal, conforme noticiado por O Imparcial. O texto determina que o Poder Executivo implante um posto para o devido recolhimento, a ser utilizado por empresas públicas ou privadas cuja atividade acarrete em resíduos desta natureza. Os infratores ficam sujeitos à advertência, interdição parcial ou total até que a situação seja regularizada ou multa, que pode chegar a R$ 2 mil. Já os responsáveis por feiras e eventos devem disponibilizar um recipiente apropriado para o descarte do óleo ou gordura. Em caso de descumprimento, a penalização é de até R$ 4 mil.