Gibi conta participação de PP na Revolução de 32

Obra será distribuída nas escolas para preservar a memória do levante paulista junto às novas gerações; lançamento oficial ocorre nesta quarta-feira

VARIEDADES - Da Redação

Data 26/06/2019
Horário 08:20
Reprodução: Um professor, ilustrado na capa do gibi, é quem conta toda a história
Reprodução: Um professor, ilustrado na capa do gibi, é quem conta toda a história

Ainda que a praça central de Presidente Prudente, a 9 de Julho, e ruas importantes da cidade, como a Tenente Nicolau Maffei e a Tenente Casemiro Dias, tenham sido nomeadas em homenagem ao movimento constitucionalista de 1932 e seus combatentes prudentinos, muitos moradores do município já se esqueceram da história da Revolução de 32 e até mesmo desconhecem a participação local no levante. Para resgatar e valorizar essa memória junto às novas gerações é lançado hoje, um gibi que relembra os objetivos e a importância do movimento liderado por paulistas e a adesão dos quase 1.100 combatentes prudentinos, oito deles mortalmente feridos no front.

Voltado a estudantes de 10 a 12 anos das redes de ensino municipal e estadual, o projeto foi viabilizado pela parceria entre a Polícia Militar e o Núcleo de Presidente Prudente da Sociedade de Veteranos de 32 MMDC, e a Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente). A cerimônia de lançamento, na sede da Acipp, conta com a presença de autoridades civis e militares, representantes das instituições parceiras e também de apoiadores como a Prefeitura Municipal, Secretaria Municipal de Educação e Delegacia Regional de Ensino de Presidente Prudente.

“Esse projeto é de extrema importância, pois resgata a memória do movimento cívico-militar em prol da Constituição conhecido como Revolução Constitucionalista de 32, mostrando às novas gerações os motivos da luta e a participação efetiva de Presidente Prudente no conflito”, avalia o Major Luis Nelson Disaró, do 18º Batalhão da Polícia Militar de Presidente Prudente, um dos idealizadores do projeto. Ele conta que o desejo de compartilhar essa história com os estudantes do município – da parte do 18º Batalhão da PM e do Núcleo “Bravos Prudentinos de 32”, da Sociedade de Veteranos de 32 MMDC – ecoou na Acipp, que, solidária, patrocinou a edição de lançamento do gibi.

Sobre esse apoio, o presidente da Acipp, Ricardo Anderson Ribeiro, destaca que a revista em quadrinhos colabora para a formação cívica dos alunos e para a preservação da memória prudentina. “Nosso engajamento é mais um exemplo da participação da entidade, ao longo de sua história, nas causas relevantes de nossa comunidade. Coincidentemente, o lançamento do projeto acontece em 26 de junho, quando a Acipp está completando 92 anos, o que é mais um motivo de alegria para nós”.

Um professor, ilustrado na capa do gibi, é quem conta toda a história da participação prudentina na Revolução de 32.

Pesquisa histórica

A pesquisa histórica e o texto do gibi são uma contribuição do Núcleo “Bravos Prudentinos de 32”. A criação e produção gráfica são do professor Hélio Gomes e os desenhos de Nivaldo Gonçalves, também apoiadores do projeto.  Da tiragem inicial de 7.000 exemplares, 4.000 serão destinados às escolas e os demais, distribuídos à comunidade no dia 9 de julho – aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932 e principal feriado cívico paulista –, durante o evento que a Polícia Militar tradicionalmente realiza na Praça 9 de Julho.

 

Saiba Mais

SOBRE O MOVIMENTO DE 32

Em 1930, após um golpe, Getúlio Vargas assumiu a Presidência da República no Governo Provisório, que passa a ter um caráter consolidado por meio de medidas como a nomeação de interventores para administrar os Estados, fechamento do Congresso e suspensão da Constituição. Entre os paulistas, o clima de tensão e descontentamento era crescente. Em 1932, a morte de quatro jovens – Martins, Miraguaia, Dráusio e Camargo – em uma passeata no centro de São Paulo em prol de eleições e de uma nova Constituição, foi o estopim para o conflito armado, iniciado em 9 de julho envolvendo, de um lado, as forças federais, e de outro, os paulistas. Estes esperavam pelo apoio militar de outros Estados que reconheciam a causa, mas, com exceção da porção sul do Mato Grosso, isto não ocorreu. Após três meses de intensos combates, não foi possível aos paulistas depor o governo Vargas e em 2 de outubro foi assinado o armistício que pôs fim ao conflito armado. Moralmente, o movimento obteve importante vitória, já que logo após o término do conflito, o governo federal convocou eleições para uma Assembleia Constituinte, que promulgou a Constituição do Brasil em 1934.

 

 

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