Geração Z e vacina

OPINIÃO - Leticia Salim Tunes Morinaga

Data 14/08/2021
Horário 05:19

São críticos, dinâmicos, exigentes, sabem o que querem, autoditadas, não gostam das hierarquias nem de horários poucos flexíveis. São os jovens da geração Z, que nasceram depois de 1995, bastante confiantes.
Uma característica muito presente dessa geração é que, de forma geral, os jovens antecipam e simplificam muita coisa, além de uma compreensão tecnológica muito apurada.
Dentre todas as características e relatos que procurei sobre a geração Z, não li nada sobre HUMILDADE e GRATIDÃO. Sim, foram essas características que marcaram os últimos dias dentro das unidades de saúde em Presidente Prudente.
Trabalho como farmacêutica em uma unidade de saúde há mais de 12 anos e, devido à pandemia, toda equipe participa de alguma forma na vacinação.
Esses jovens, muitas vezes julgados como mimados, donos da verdade, entre outras coisas, deram um verdadeiro show de humildade e gratidão durante o período de vacinação de sua faixa etária.
Em nenhum momento ouvi qualquer questionamento, não ouvi nenhuma frase do tipo: que marca está aplicando? Essa vacina eu não tomo. Isso funciona? Vou ver se no outro posto tem tal marca.
O que eu vi era uma multidão de jovens que tinham o olhar brilhante e o sorriso estampado no rosto, muitos uniformizados, em horário de almoço, trocando turno para estar ali naquela fila em busca de uma dose de esperança.
Cheguei a ouvir pais ligando e dizendo para não tomar tal marca e a resposta era, eu vou tomar a que tem.
Dentro da sala de vacina informamos qual vacina vai ser aplicada e o que ouvia era: qualquer uma moça, esperei tanto por esse momento, ou, qual braço?
Não perguntavam se tinha reação, não tinha brincadeira boba do tipo: está aplicando mesmo né? Não! Era só gratidão.
O que ouvia no final era Deus abençoe o trabalho de vocês!
Parabéns geração Z!
Vocês me ensinaram muita coisa nesses últimos dias.

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