Gaeco aguarda informações sobre assassinatos na P2; 4 são autuados por homicídio qualificado

Promotor de Justiça Lincoln Gakiya aguarda detalhes dos crimes ocorridos na P2 de Presidente Venceslau para avaliar se órgão tomará alguma medida

REGIÃO - MELLINA DOMINATO

Data 18/06/2024
Horário 11:35
Foto: Arquivo
Lincoln Gakiya: “há indícios de que a facção tenha determinado essas mortes”
Lincoln Gakiya: “há indícios de que a facção tenha determinado essas mortes”

Membro do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPE (Ministério Público Estadual), em Presidente Prudente, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya aguarda os detalhes dos assassinatos ocorridos na tarde desta segunda-feira, na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2 de Presidente Venceslau, para avaliar se o órgão tomará alguma medida em relação ao caso. Explica que, a princípio, a atribuição é da Promotoria Criminal de Venceslau. “Mas, pelas características dos assassinatos, e por se tratar as vítimas de integrantes importantes [da facção criminosa que age dentro e fora dos presídios], há indícios de que a facção tenha determinado essas mortes”, frisa. Ainda na noite desta segunda-feira, quatro detentos apontados como os autores dos crimes foram autuados em flagrante pela Polícia Civil por homicídio qualificado, aponta o delegado, Stephano Altino Baptista Rabecini.
Os mortos, Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, ambos com 48 anos, como noticiado neste diário, foram presos em março do ano passado, durante a Operação Sequaz, deflagrada contra suposta tentativa da facção criminosa de realizar ataques contra autoridades, entre elas, Lincoln Gakiya, e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), responsáveis por transferências de líderes do grupo para presídios federais. 
Sobre os assassinatos, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo) detalhou que três custodiados assumiram a autoria e um quarto é investigado pela Polícia Civil pelos homicídios no interior de um dos pavilhões da P2. “Os três detentos foram isolados e deverão responder por esse novo crime. Foi registrado Boletim de Ocorrência no Plantão Policial de Presidente Venceslau e instaurado procedimento apuratório para esclarecer as circunstâncias das mortes”, pontou a pasta, que ainda destacou que a Polícia Técnico-Científica periciou o local da ocorrência.
Como publicado em O Imparcial, em despacho da Justiça Federal para acolhimento da denúncia sobre o caso, no ano passado, Nefo e Rê foram descritos como integrantes de liderança e de alta cúpula da facção criminosa. Nefo atuava, segundo a acusação à época, gerenciando as operações do grupo, em contato com outras lideranças e na operacionalização das atividades. Já Rê seria responsável pelo controle de integrantes da facção e o acompanhamento de atividades deles, assim como o gerenciamento de armas e munições e relacionamento com outros grupos criminosos.
Entre os crimes narrados na denúncia de 2023 estavam tentativa de extorsão mediante sequestro, organização criminosa e posse ilegal de arma de fogo, dos quais Rê e Nefo foram acusados e tornados réus. O processo até então corria em segredo de Justiça.

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