Uma musa francesa despediu-se deste mundo de ilusões na última terça-feira. Morreu a cantora Françoise Hardy. Tinha 80 anos. Ela lutava contra um câncer no sistema linfático e na faringe. A doença lhe causou enorme sofrimento, principalmente nos últimos meses.
Françoise era ativista pró-eutanásia e chegou a escrever uma carta ao presidente Emmanuel Macron solicitando a prática da eutanásia para pacientes que não aguentam mais o sofrimento causado pelas doenças.
Eutanásia é um assunto controverso sobre o qual não tenho opinião formada. Talvez seja o caso de discutir a eutanásia mais a fundo. É um terror sentir dor (até rimou). Daí a proposta da cantora ao governo da França.
Mas vamos dar "umas pinceladas" na carreira de Françoise Hardy. Morena bonita de longos cabelos pretos, ela era um mulherão. Tinha o rosto num formato de quadrado, se é que posso me expressar deste jeito. Sua fase áurea foi na segunda metade da década de 60 do século passado.
Além de cantora, ela também era atriz e, além disso, destacou-se na moda. Era uma mulher elegante. Françoise gravou muitos discos e muitas canções caíram no gosto do público. Três músicas são lembradas até hoje: "Tous Le Garçons Et Les Filles" (Todos os Meninos e Meninas), "Comment Te Dire Adieu" (Como te Direi Adeus)e a "sofrida" - tipo sofrência - "La Question" (A Questão).
A primeira fala dos sonhos dos meninos e meninas, enquanto "Como te Direi Adeus" aborda o fim do relacionamento. Como dizer o adeus quando o amor "atola?" "Pego o lenço sem você notar", diz um dos versos.
Já "A Questão" é uma canção dor de cotovelo que vou te contar. Acho que apenas o compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues faria melhor. Um trecho da letra para a reflexão de vocês: "Seu silêncio perturba meu silêncio neste vazio que existe entre nós. Corro atrás do vento e não sei por que insisto dentro de um mar que me afoga. Você é o sangue da minha ferida. Não tenho resposta para meu grito mudo e o meu silêncio". De cortar o coração, não é mesmo?
Presumo que apenas os coroas com mais de 60 anos conhecem o repertório de Françoise Hardy. Quem ainda não conhece fica aqui a dica. Ouça Françoise Hardy, a voz moderna da França. Não era uma Edith Piaf, a voz da França, mas "mandava bem" no gogó.
DROPS
Casamento: o que Deus uniu o sobrepeso não separe.
Filme da Semana no Cine Brasil: "Os Ogros Também Amam", estrelando grande elenco cafona e sem noção.
Os tempos são outros. Outros quinhentos.
Arroz importado também importa.