Foi encerrado ontem o Fórum Internacional de Obesidade na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), em Presidente Prudente. De acordo com o coordenador do evento, o professor do departamento de Educação Física Ismael Forte Freitas Júnior, o objetivo é apresentar o exercício físico como opção para o tratamento da obesidade. "Este foi o primeiro evento realizado no Brasil com esse enfoque", afirma. A programação iniciou na quinta-feira e reuniu, durante três dias, especialistas, alunos e demais interessados no tema.
"Nós trouxemos três especialistas do exterior e mais sete brasileiros para apresentar exemplos dos tratamentos que têm sido realizados com atividade física", explica Freitas Júnior. Pesquisadores dos Estados Unidos, Portugal e Islândia foram os participantes estrangeiros.

Discussões reuniram especialistas e estudantes no auditório da Unesp
Ele destaca essas medidas como alternativas a opções mais radicais, como, por exemplo, cirurgias de redução de estômago. "Além de o exercício ser um tratamento que não é agressivo, ele garante um efeito continuado, o que não acontece na cirurgia", completa. Segundo ele, cerca de 50% dos pacientes que realizam as cirurgias voltam a engordar em até cinco anos depois do procedimento.
"Outro ponto fundamental em relação à vantagem da prática da atividade física é que, além de funcionar como um tratamento, ela garante qualidade de vida", explica o professor. "Além de reduzir a gordura corporal, há também o benefício mental, no humor, na autoestima e também na atividade sexual", destaca.
Cerca de 200 pessoas participaram do evento, vindos de pelo menos seis Estados, entre alunos de graduação e pós-graduação. Uma delas foi a estudante de Educação Física da Unesp de Rio Claro, Suemi da Costa Rosa, 27 anos. "É muito importante trazer esses eventos para o interior, pois eles costumam acontecer apenas na capital e assim é possível mostrar um pouco do que é produzido fora dos grandes centros", detalha.
Parkinson
Uma das palestrantes foi a professora de Educação Física da Unesp de Rio Claro, Lílian Gobbi, que apresentou ontem a tarde um tratamento realizado com pacientes acometidos pela doença de Parkinson. "A literatura mostra que esses pacientes perdem peso à medida que a doença progride", explica a docente. "Porém, nós observamos que com a realização contínua de exercícios, isso não acontece, o que reduz inclusive a incidência de demência, algo comum em quem possui Parkinson", observa.