O segundo dia da greve dos bancários, que fechou as agências de Presidente Prudente e região, coincidiu com o quinto dia útil do mês, o que levou um grande número de clientes aos caixas eletrônicos e às lotéricas da cidade, ontem. Filas e demora em conseguir acessar os caixas marcaram o dia nas agências do centro de Prudente.

"Vim para receber a aposentadoria e foi bem rápido, mas como só tinha notas de R$ 100, acabei tendo que deixar R$ 30 na conta, que vou retirar só no mês que vem", conta o trabalhador rural João Pereira da Silva, 75 anos, conformado com a situação. Já a gerente administrativa Ádela Braga de Lima, 31 anos, afirma que esperou 30 minutos na fila para conseguir realizar um saque no caixa eletrônico. "Primeiro tinha três caixas funcionando, depois dois e no fim só sobrou um", revela, logo depois de deixar a agência no calçadão.

Clientes dos bancos enfrentaram filas para utilizar caixas

Porém, a bancária Maria Tereza Bloch, 49 anos, que está afastada das atividades (independentemente da greve), desistiu de utilizar os caixas. "Eu vim para fazer um saque, mas a fila estava muito grande e decidi voltar amanhã ", conta.

O pedreiro Francisco Feitosa, por sua vez, diz que foi até o banco apenas para pagar um boleto, mas também teve dificuldades. "Ficamos quase 40 minutos na fila, mas agora está tudo resolvido", afirma. "Todo quinto dia útil é desse jeito, talvez a greve tenha prejudicado um pouco, mas os bancários fizeram das ‘tripas coração’ para evitar que a população fosse prejudicada", pontua o presidente do Sindicato dos Bancários de Prudente e Região, Edmilson Trevisan. Segundo ele, além de Prudente, todas as agências de Martinópolis, Pirapozinho, Álvares Machado, Alfredo Marcondes, Regente Feijó, Presidente Bernardes e Mirante do Paranapanema aderiram ao movimento e permanecem fechadas.

As casas lotéricas de Prudente também registraram movimento intenso ontem. "Está bem cheio, mas é normal por conta do quinto dia útil", conta o proprietário da Toninho Loterias, Antônio Aparecido Ferreira. Apesar das filas, os clientes da unidade não apontaram problemas no atendimento, que levava em média 15 minutos.

 

Banqueiros x bancários

Questionada sobre a paralisação, a Fenaban (Federação Nacional de Bancos) informa, por meio de sua Assessoria de Imprensa, que "tem com as lideranças sindicais uma prática de negociação pautada pelo diálogo e a entidade reitera que continua aberta a negociações". Por outro lado, o representante dos trabalhadores em Prudente afirma que "até agora a categoria não foi procurada".

De maneira sintetizada, os bancários pedem um aumento de 16% e os banqueiros oferecem 5,5% de reajuste.