A ocasião permite e pede a recordação de excertos de artigo do atual presidente da CNBB divulgada na “coluna diocesana’ em 2015. O mês de junho é marcado pelas festas juninas com sua alegria, e animadas pela dança de quadrilha, músicas típicas, comidas características como rapadura, pinhão, pipoca, quentão e canjica; fogueira grande, casamento caipira, bandeirinhas coloridas e fogos de artifício. Tais festas são oportunidade privilegiada para encontro entre as pessoas; recordação de um estilo de vida, por vezes, distante no tempo, mas que traz saudade pela simplicidade, alegria, partilha, descontração e fé.
Os festejos populares juninos são expressão da obra divina realizada nas figuras de Santo Antônio, São João e São Pedro. Santo Antônio é invocado especialmente nas dificuldades; São João é aquele que foi enviado para preparar os caminhos do Senhor; São Pedro é a rocha escolhida sobre a qual o Senhor edificou a sua Igreja. Estes três homens, por caminhos distintos, cooperaram e cooperam para que a obra de Jesus continue no tempo. Pedro é a garantia da unidade da Igreja; João é aquele que vai inaugurando caminhos; Antônio acompanha e intercede nas dificuldades e desafios.
Vemos, assim, de um lado, o povo cantando e fazendo festa, alegrando-se e divertindo-se, dançando e partilhando pratos típicos; de outro, vemos a comunidade de fé que na liturgia faz memória de homens que se destacaram no caminho da fé. Alguns são celebrados de forma solene, outros de forma mais simples. Entre o nosso povo há, diluído e explicitado, ainda um sentido que dá unidade a tudo o que existe e nos sucede na experiência, por exemplo, na religiosidade popular. Entretanto, num mundo onde tudo se torna motivo de negócio, mesmo as tradições culturais e religiosas, com sua sabedoria, vão perdendo sua característica de oferecer significado à vida e ao mundo.
A religiosidade popular que se expressa de forma tão humana e bela, tão simples e rica nas festas juninas pode ser expressão de um desejo latente profundo na alma de nossa gente que busca um mundo melhor, marcado por paz, fraternidade e justiça.
As festas juninas, expressão da religiosidade de nosso povo, estão coladas ao cotidiano da vida. Elas são expressão do desejo humano de confraternização; permitem construir comunhão e unidade; refletem uma compreensão latente do ambiente no qual o ser humano se encontra inserido. Elas são espaço para cultivar a possibilidade de um mundo transformado, onde dificuldades imputadas possam ser superadas, bloqueios e empecilhos, desfeitos e a unidade, construída.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!