O ano é 1919, e o oeste paulista conhece a Estrada de Ferro Sorocabana. Em poucos anos, o porto de Presidente Epitácio se torna o ponto final da linha, por meio da integração da ferrovia e o transporte fluvial. Presidente Prudente passa a ser o ‘point’ de pessoas e carga de café, algodão, menta e amendoim, fomentando a economia também da região.
O ano é 1959, e a ferrovia é substituída pelo asfalto. Nessa transição, os trilhos começam a ficar obsoletos; ônibus e caminhões ganham força por sua agilidade, comodidade e barateamento na manutenção.
O ano é 1971, e a EFS é uma das ferrovias que formam a estatal Fepasa. Já em 1998, quem assume é a União, que por sua vez, concede para a privada ALL, e em 2015, à concessionária Rumo (mas apenas no papel, pois na prática, não houve um centavo de investimento). O ano é 1999, e a estação passa a não receber mais passageiros; e logo, trens de carga param, mesmo tendo carga e movimento.
O ano é 2020, e a malha ferroviária da região permanece sucateada e vítima do tempo e vandalismo. É como se tornasse um cenário de uma “cidade fantasma” como nos filmes do velho oeste. Trilhos e estação existem, porém, inutilizáveis. E quanto mais os anos passam, mais inviável fica sua reutilização.
Como bem lembrado pela séria “Fora dos trilhos”, idealizada pela TV Fronteira na semana passada, a linha separa a cidade em duas realidades: a Prudente em avanço e a Prudente esquecida e sofrida com impactos na saúde pública, meio ambiente e segurança pública.
A UEPP já comprovou que existem empresas que utilizariam a ferrovia para transporte de carga. Se reativada, novos caminhos para o desenvolvimento serão construídos, pois outros empresários se interessarão pela modalidade, até mesmo, por uma questão de custo. Além disso, temos potencial para transporte urbano em VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), interligando municípios vizinhos.
Seguiremos firmes e perseverantes para que a Rumo apresente um projeto plausível de um novo trecho de carga e implantação do VLT. Cumprimos o papel da entidade, em nome da sociedade civil, que é questionar e cobrar a falta de assistência e, principalmente, trabalhar em prol do desenvolvimento.