Algo muito além de um ponto de comercialização, trata-se de um local que une e reúne frequentadores de Presidente Prudente e região, e que faz parte do contexto histórico do município. Assim é traduzida a feira livre da Avenida Manoel Goulart pela funcionária da Semepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Presidente Prudente), Célia dos Santos. Com mais de 70 anos, o simbolismo, a importância e o significado cultural, unidos à tradição da feira, são tão expressivos que, desde 2006, um levantamento é realizado, com o objetivo de unir informações, testemunhos, fotos e objetos que contam a história deste comércio popular a céu aberto.
Segundo Célia, o estudo teve início, na época, com o radialista Álvaro Portel. Porém, após passar em um concurso público em Mato Grosso do Sul, o mesmo apresentou a iniciativa para ela. "Ele me expôs o projeto e achei muito interessante", conta. A partir disso, ela diz que foi se aprofundando e a ideia ficou cada vez mais forte, com as novas informações conseguia levantar.
Desde então, a funcionária pública diz que passou a buscar e coletar mais subsídios, mais detalhes e unir momentos que contam "a vida" desta feira livre. "É algo que faz parte da cultura, que integra as pessoas e mantêm a forma com o passar dos anos", comenta.
No momento, Célia busca encontrar produtores rurais que, durante anos, participaram ou ainda participam da feira, para colher depoimentos que complementem os estudos. Embora não tenha data definida para o término do levantamento, ela diz que a ideia é terminá-lo até 2017, ano do centenário de Prudente.
Apesar de ter "assumido" a iniciativa, Célia ressalta que a ação é divida com outros representantes prudentinos, inclusive de secretarias, que dão apoio e ajudam no desenvolvimento do estudo. "É um trabalho em conjunto", atenta. Ela frisa ainda que a intenção é disponibilizar o material às pastas municipais de Turismo e Cultura, para que a população tenha acesso e conheça um pouco mais das atividades que integram a história de Prudente. "Trata-se de um levantamento para a comunidade", menciona.
A feira
Assim como Presidente Prudente, a feira livre da Manoel Goulart nasceu na Vila Marcondes. No início era realizada nas imediações da Fepasa (Ferrovia Paulista S/A). Após um tempo nesta localidade, Célia diz que os comerciantes passaram para a Praça da Bandeira. Depois, se deslocaram para a Avenida Manoel Goulart, um pouco acima do atual local onde é realizada, onde, posteriormente foi transferida pela última vez.
A responsável conta que assim que começou, a feira reunia mais de 60 agricultores, que comercializavam os produtos a granel, produzidos em suas propriedades, como, por exemplo, arroz, feijão (de vários tipos), milho, fubá, manteiga, ouro, frutas e legumes, entre outros.
A funcionária da Sedepp pontua que os produtores traziam as mercadorias de carroça, fato que retrata e traduz, ainda mais, o aspecto cultural do período, onde, até hoje, segundo Célia, a feira propõe a interação entre o produtor rural e a cidade. "Há uma troca de informações e conhecimentos entre as pessoas", considera.
Hoje, conforme Célia, a feira reúne em torno de 25 agricultores que vendem os produtos cultivados nas suas propriedades. Além disso, a atividade possui barracas de artesanatos e alimentação. Além disso, o local recebe a visita de mais de mil pessoas a cada realização.
SERVIÇO
HORÁRIOS
A feira livre da Avenida Manoel Goulart ocorre todos os sábados, das 16h às 22h, e aos domingos, das 7h às 12h. Caso algum produtor rural tenha interesse em participar comercializando seus produtos, pode procurar a Sedepp para orientações a respeito. A secretaria fica na Rua Adib Jorge Tannus, 50, esquina com a Rua Marrey Junior, no Jardim Bongiovani. A participação da feira, pelos produtores, é gratuita, porém, os mesmos precisam tirar o alvará de funcionamento.