Febre maculosa: ainda que a região não tenha novos casos, todo cuidado é pouco

EDITORIAL -

Data 21/06/2023
Horário 04:15

Quando a dengue parece ter dado uma trégua, eis que surge uma nova preocupação. Com sintomas bem semelhantes, incluindo febre alta, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, além de dor muscular constante, inchaço e vermelhidão das mãos e sola dos pés, a febre maculosa tem sido o assunto da vez nos últimos dias. 
Só neste ano, após um surto na Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), onde foi realizada uma festa para 3,5 mil pessoas no dia 27 de maio, e um show do cantor Seu Jorge, no dia 3 deste mês, o Estado de São Paulo somava até segunda-feira, 19 registros da doença em 2023, com nove óbitos. Agora há vários casos suspeitos, em outras cidades paulistas e até em outros Estados. Pessoas internadas ou em casa, esperando resultados de exames.
Na região de Presidente Prudente, conforme levantamento publicado no domingo, o último caso de febre maculosa foi confirmado em 2020. Naquele ano, o local provável de infecção foi Rancharia. Desde 2011, essa parte do oeste paulista soma dez resultados positivos, sendo um em Flora Rica em 2011; seis em Rancharia nos anos de 2012, 2014, 2015 e 2020; um em Iepê em 2013; um em Osvaldo Cruz naquele mesmo ano; e um em Tupi Paulista em 2014. No SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) do Ministério da Saúde, não há óbitos pela doença neste período por aqui.
Apesar de não haver casos recentes da febre maculosa no oeste paulista, todo cuidado é pouco. Também conhecida como doença do carrapato, ela é uma infecção febril aguda, que pode causar desde formas assintomáticas até casos mais graves, com alta taxa de mortalidade. A doença não passa de pessoa para pessoa. É causada por uma bactéria do gênero Rickettsia e transmitida pela picada do carrapato-estrela. Por isso, para preveni-la, o ideal é evitar locais onde haja exposição a esses bichos ou adotar algumas medidas quando estiver visitando alguma dessas regiões silvestres, de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou de vegetação alta.
Em áreas de risco, por exemplo, o ideal é usar roupas que cubram todo o corpo, priorizando calças, blusas ou camisetas com mangas compridas e também de cores claras, para que os carrapatos possam ser vistos com maior facilidade pelo corpo; e sapatos fechados.
Ao aparecer qualquer sintoma suspeito, procure o médico mais próximo. O tratamento oportuno, com uso de antibiótico específico, é essencial para evitar formas mais graves da doença e até o pior. Se cuide! O bichinho é pequeno, mas o estrago pode ser grande!

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