Um dos maiores desafios que muitos empresários, especialmente em pequenas e médias empresas, enfrentam é a confusão entre faturamento e lucro. Essa confusão pode levar a uma interpretação equivocada da saúde financeira do negócio e comprometer sua sustentabilidade.
O faturamento é o total de receitas geradas pela empresa em um determinado período por meio da venda de produtos ou serviços. É o valor bruto recebido, mas não reflete a lucratividade, pois não considera os custos associados à geração dessa receita. Muitos empresários acreditam que um faturamento elevado é sinônimo de sucesso, mas essa percepção pode ser enganosa, já que o faturamento é apenas uma parte da equação financeira.
O lucro, por outro lado, é o que realmente importa para a viabilidade do negócio. Ele é calculado após a dedução de todos os custos e despesas do faturamento, como o custo das mercadorias vendidas, despesas operacionais e impostos. A precificação correta, que define a margem de ganho sobre cada item vendido, é essencial para garantir que os custos sejam cobertos e que o lucro seja assegurado.
Um exemplo prático é o de um restaurante que fatura R$ 300.000,00 por mês, mas tem despesas de R$ 290.000,00, incluindo ingredientes, pagamento da equipe, aluguel e outras despesas. Isso resulta em um lucro líquido de apenas R$ 10.000,00. Se o proprietário se concentrar apenas no faturamento, pode achar que o negócio está indo bem, mas com uma margem de lucro tão apertada, qualquer aumento nos custos ou queda nas vendas pode comprometer as finanças. A precificação adequada dos pratos do menu, considerando todos os custos, é vital para manter uma margem de lucro saudável.
Sem uma compreensão clara da relação entre faturamento, custos e lucro, e sem uma precificação bem-feita, os empresários podem tomar decisões equivocadas. Um alto faturamento não garante, por si só, a lucratividade. A análise detalhada dos custos e uma gestão financeira rigorosa, incluindo a correta precificação dos produtos e serviços, são essenciais para garantir que a empresa não apenas gere receita, mas que também mantenha margens de lucro que assegurem sua sustentabilidade e crescimento a longo prazo.
No livro Casos Empresariais, há um caso em que o foco era apenas em faturar, sem avaliar o se havia ou não lucro, pois a política da empresa remunerava os funcionários com comissões baseadas exclusivamente no faturamento.
No próximo artigo, vamos abordar a importância da precificação.