Família pede tombamento das obras de Bottosso

Trabalhos do artista estão na catedral, santuário da Vila Marcondes e capela do campus II; Condephaat diz que estuda o projeto

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 02/06/2015
Horário 09:23
 

A família do artista plástico prudentino José Bottosso (que faleceu no dia 7 de abril de 2012) pede o tombamento dos locais, na cidade, onde estão suas obras sacras. Elas estão presentes na Catedral de São Sebastião, na Basílica no Santuário Nossa Senhora Aparecida, na Vila Marcondes e na Capela Nossa Senhora Aparecida, no campus II da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).

O motivo deste apelo, conforme Elias Ferreira, produtor cultural deste projeto e a viúva Maria Apparecida Bottosso, 84, se dá pelo fato de a Via Sacra da Igreja São Pedro, na Vila Marina, ter sido apagada por uma pintura comum. Segundo ela, motivada por infiltração e goteiras que comprometeram a arte. Por isso a preocupação e o interesse da família em preservar os trabalhos do pintor.

"Não sabemos o que restará daqui a alguns anos. Porque, infelizmente, o Brasil não tem tanta preocupação na preservação e/ou valorização da cultura, de modo geral. Ele amava o que fazia! Temos medo de que se perca o valor de quem fez essas obras maravilhosas", lamenta a esposa.

Dona Apparecida ressalta e agradece todo o apoio que tem recebido da comunidade prudentina. De acordo com ela, todas as pessoas que têm conhecimento do trabalho de seu "amado esposo" têm lhe dado um retorno positivo a seu requerimento. "É desse conforto que preciso! Fui muito feliz com ele e sinto sua falta. Não quero ver sua ‘vida’ se perder. Não quero saber que toda sua dedicação foi em vão. Ele passava dias e noites trabalhando e quando ia às missas ficava observando para detectar alguma falha, e o que poderia melhorar em suas pinturas tão lindas!", recorda.

"Infelizmente desde 2003, quando cheguei na paróquia, já haviam muitas pinturas comprometidas, exatamente pelos problemas relatados. Em 2005, mais ou menos, tivemos que fazer uma reforma e no lugar das pinturas do Bottosso, colocamos quadros em gesso, da Via Sacra", explica padre Cícero Moreira Campos, pároco da São Pedro.

 

Em andamento


Josué Pantaleão, presidente do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico) de Presidente Prudente, explica como está esse processo de preservação. Conforme ele, para mexer na Matriz de São Sebastião, foi feito um tombamento e depois um destombamento. "Então agora estamos retomando o pedido anterior. É um processo que demanda certo tempo. Na última reunião, decidiu-se a realização de um levantamento de toda a documentação necessária ao tombamento da catedral e, junto, agregar as obras de Bottosso", salienta.

 

Mundo afora

As obras de Bottosso não estão apenas em Prudente. Sejam acervos públicos, particulares ou outras formas, elas estão espalhadas pelo mundo afora. No Brasil, várias localidades possuem telas do artista como: no Estado de São Paulo, na cidade de mesmo nome, em São Caetano do Sul, Santos, Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Franca, Getulina, Dracena e em Presidente Venceslau na Igreja Santo Antonio de Lisbôa. Em outros Estados, Rio de Janeiro, as paranaenses Curitiba e Londrina, Brasília (DF), Salvador (BA), Arraial D’Ajuda (BA), Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT).

No exterior, em La Paz e Santa Cruz (Bolívia), Valparaizo (Chile), Paysandu (Uruguai), Offenburg e Hamburg (Alemanha), Chicago, Nova Iorque e Welster City-lowa (EUA), Londres (Inglaterra), Paris, Montpellier, Palavas-les-Flots, Marseilles, Sete e Nîmes (França) e Evora (Portugal).

Ontem, em homenagem ao artista, uma placa com o seu nome foi descerrada por familiares, em praça do Jardim Colina.
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