A falta de emprego tem feito as pessoas procurarem alternativas de trabalho. Neste cenário, grande parte tem criado seu "próprio negócio" e se dedicado ao serviço autônomo. Porém, entre estes também há os que estão no chamado comércio informal. Em Presidente Prudente tem crescido significativamente o número de pessoas que optam por esta atividade para garantir o sustento. Basta percorrer as vias principais dos bairros, e mesmo no centro da cidade, para encontrar diversas bancas de verduras, frutas, ovos, entre outras mercadorias.
Bancas de frutas e verduras ajudam no ganho de renda
Adelmo de Oliveira, 59 anos, é um dos ambulantes. Há cinco meses montou uma barraca de vegetais na esquina de uma avenida movimentada do município e, desde então, tem vivido de seu próprio comércio. "Quando saí da última obra que trabalhei, tentei outros empregos por algum tempo, mas nenhuma empresa estava em fase de contratação. E para não ficar parado, sem dinheiro, montei minha banca na rua", explica.
Gisele da Silva, 40 anos, era representante de vendas de uma multinacional do ramo alimentício, e também por corte de despesas da empresa foi dispensada junto com outros funcionários, no ano passado. "Não perdi muito tempo e nem cheguei a procurar um novo emprego. Aproveitei minha experiência com vendas e comecei a investir na venda de alimentos. E muitas pessoas têm partido para isso. Hoje somos muitos. Há dois anos eram bem menos vendedores", analisa. Hoje ela comercializa ovos, vegetais e leguminosas em sua picape em diferentes pontos da cidade.
O jovem Silas Teixeira Rodrigues, 21 anos, na tentativa frustrada de conseguir um emprego formal, passou a trabalhar em outra banca de vegetais e biscoitos, próximo à sua casa.
Segundo o gerente do escritório regional do Sebrae-SP (Serviço Social de Apoio as Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo), José Carlos Cavalcante, diante da situação atual, as pessoas que estão desempregadas estão empreendendo por necessidade. Para ele, são empreendimentos que foram constituídos e legalizados sem nenhum planejamento ou estudo de viabilidade. "Normalmente este tipo de empreendedor não conseguiu ou não está conseguindo uma recolocação do mercado, e se sujeita a gerar sua própria renda. Em muitos casos, não estão legalizados", explica.
Informalidade
O gerente do Sebrae acredita que alguns casos de informalidade podem ser decorrentes da falta de informações ou conhecimentos sobre as formas de legalizar um negócio com pouca burocracia e com taxas e impostos acessíveis. Outros não demonstram interesse em legalizar a atividade de geração de renda. "Exercendo um trabalho informal, o individuo não tem os seus direitos garantidos. Mesmo porque, não está recolhendo tributos e também não contribui para previdência. Sendo assim, não tem os benefícios previdenciários e está sujeito à fiscalização", relata.
Cavalcante recomenda a adesão ao programa MEI (Micro Empreendedor Individual) como solução para isso. No MEI, a pessoa trabalha por conta própria e se legaliza como pequeno empresário. Para ser microempreendedor individual é necessário faturar, no máximo, R$ 60 mil por ano e não ter outro CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). Os principais benefícios para o MEI são cobertura previdenciária, auxílio-doença, segurança jurídica, possibilidade de tomada de empréstimos junto às instituições financeiras, baixo custo das taxas e tributos, pagando no máximo R$ 49 mensais. O Sebrae orienta detalhadamente as pessoas sobre o assunto.
Desafios na crise
Os novos desafios do empreendedorismo em tempos de crise é tema de uma palestra gratuita, hoje, às 8h, no escritório regional do Sebrae-SP. Na ocasião, também serão discutidas as características do comportamento empreendedor. "Se antecipar aos fatos, buscar intensamente informações e persistir nos objetivos são comportamentos que distinguem os empreendedores de sucesso. Para a empresa ter mais chances de dar certo é preciso ter uma combinação de fatores. E o comportamento empreendedor é essencial", destaca Cavalcante.
O Sebrae está localizado na Rua Major Felício Tarabay, 408, centro. Outras informações e inscrições estão disponíveis no telefone 3916-9050.