Fake news só pioram o que já está difícil

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 13/04/2023
Horário 04:16

Os últimos dias têm sido de grande apreensão para pais, responsáveis e familiares, devido à onda de boatos a respeito de supostos ataques em creches e escolas do país. Recentemente, tragédias como a que vitimou a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, e o terror instalado com o ataque a uma creche em Blumenau (SC), ceifando brutalmente a vida de quatro crianças, deixaram a sociedade em choque e, claro, em alerta com a segurança dos alunos e dos profissionais nas unidades escolares.
Em Presidente Prudente e região não é diferente. Pais e responsáveis cobram medidas eficazes das escolas e das autoridades, clamam por um ambiente mais seguro, afinal, “seu bem” mais precioso está bem ali, sentado nos bancos escolares. Diante da situação, o poder público tem traçado estratégias para assegurar a vida de crianças e profissionais da educação, e tranquilizar o coração dos pais.
Infelizmente, na era das redes sociais, a disseminação rápida de fake news tem sido um grande problema. A desinformação parece reinar entre as conversas pelas redes, muitas pessoas não param um minuto sequer para refletir se tal informação procede – por mais absurda que possa parecer – e já saem compartilhando grupos afora. Mais uma vez, batemos na tecla da fonte confiável. Há quem critique a imprensa, que acredite que o trabalho jornalístico não tenha mais importância ou razão de existir. Mas, basta acontecer situações como essa, que, mais uma vez, as pessoas recorrem a jornais de credibilidade para que possam tirar suas conclusões de forma crítica e embasadas em notícias incansavelmente apuradas, checadas, confrontadas.
A nota de esclarecimento assinada nesta terça-feira pelo promotor de Justiça da Infância e da Juventude, que também pertence ao Geduc (Grupo de Atuação Especial da Educação), Marcos Akira Mizusaki, tranquilizando a população e reafirmando que os supostos ataques não passam de boatos, ainda pede às pessoas que não compartilhem áudios, mensagens, textos e áudios que noticiam tais tragédias. A questão das fake news também é abordada pelo promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Lincoln Gakiya. “Infelizmente são boatos falsos para aterrorizar a população e causar tumulto”.
Portanto, devemos ter consciência crítica, parar para refletir sobre tanta desinformação que chega até nós a todos instante, em um simples compartilhamento. Todos nós ansiamos por mais segurança a nossas crianças. Mas não é por meio de fake news que a situação será resolvida. Muito pelo contrário, elas somente tendem a piorar o que já está difícil.

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