O dólar em baixa fez com que as exportações da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo caíssem 14,6% durante os primeiros seis meses de 2016, no comparativo com o mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e junho deste ano, a região de Presidente Prudente enviou US$ 248.662.117,00 ao exterior, enquanto que no primeiro semestre de 2015, as transações envolveram US$ 291.287.209,00. Diferença que resultou em um encolhimento de US$ 42.625.092,00 nas movimentações com outros países.
Exportação de subprodutos da extração do óleo de soja caiu
O resultado foi divulgado pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e envolveu 23 municípios da região de Prudente. Com US$ 69.002.719,00, Prudente sozinha foi responsável por
27,7% do total transacionado com o exterior. Na sequência veio Junqueirópolis, que exportou
US$ 45.122.802,00 durante o primeiro semestre, e Quatá, com
US$ 25.213.955,00.
Entre os principais destinos das mercadorias produzidas na região e encaminhadas ao exterior, a China lidera em cinco cidades. É o caso de Adamantina, que exportou o equivalente a
US$ 2.053.652,00 ao país asiático durante os primeiros seis meses de 2016. Além de Iepê, com US$ 1.372.498,00; Lucélia, com US$ 2.771.768,00; Mirante do Paranapanema, com US$ 3.581.330,00; Presidente Epitácio, com US$ 13.828.405,00; e Prudente, com US$ 23.650.045,00, o equivalente a 52,4% de suas exportações totais.
A cana-de-açúcar e seus similares ainda estão entre os principais produtos exportados pelas cidades da região. A mercadoria lidera em 4 dos 23 municípios considerados no balanço. A região exporta ainda produtos mais comuns, como sementes, frutas, carnes de animais da espécie bovina e couro, mas também negocia artigos como microfones, fornos industriais e fatos de treino para desporto, como conjuntos de esqui, maiôs, biquínis e calções.
Cenários desfavoráveis
Com a maior parte de suas exportações baseadas na cana-de-açúcar, Mirante do Paranapanema viu suas negociações com outros países despencarem 54,8% no comparativo entre os semestres. Em 2015, de janeiro a junho, a cidade transacionou US$ 36.991.792,00 com o exterior, enquanto que neste ano este valor alcançou US$ 16.697.932,00.
E a cana-de-açúcar foi justamente a principal responsável por esta queda, com uma redução de 61,68%, dos US$ 36.991.792,00 em 2015, para US$ 14.176.956,00 neste ano. Cenário parecido com o registrado em Rancharia, mas que teve a influência das exportações das carnes e miudezas frescas, refrigeradas ou congeladas das aves. A cidade deixou de exportar US$ 14.605.681,00 neste ano, consequência de uma queda de 58,92% nas remessas do produto ao exterior.
Dólar em baixa
Já em Osvaldo Cruz, os vilões foram os subprodutos resultantes da extração do óleo de soja, que caíram 51,09% e reduziram os lucros da cidade com exportação dos US$ 45.085.508,00 de janeiro a junho de 2015, para US$ 24.750.286,00 no primeiro semestre deste ano: uma queda de 45.1%. Para o diretor regional substituto
do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Itamar Alves de Oliveira Júnior, a retração registrada na região foi influenciada por alguns setores determinantes, que, por sua vez, podem ter sido impactados por questões climáticas, mas principalmente pelas constantes baixas no dólar.
"
Houve uma diminuição da produção de grãos com relação ao ano passado, devido à seca nas regiões produtoras, e isso pode ter prejudicado sua produção em Osvaldo Cruz. Já com relação à carne ou à cana-de-açúcar, a queda do dólar pode ter dificultado a renovação de contratos e isso reflete nas exportações. Mas são quedas específicas no mercado que prejudicam a esfera global de toda a região", comenta.
Balança comercial
Se as exportações caíram
14,6%, a retração das importações foi ainda mais expressiva, com queda de 32,3% no comparativo entre os semestres, passando dos US$ 17.541.861,00 em 2015, para US$ 11.869.804,00 neste ano. Como resultado, a balança comercial da região fechou o semestre com uma queda de 14,5%. No ano anterior, a diferença entre o que foi exportado e importado na região atingiu US$ 273.745.348,00, enquanto que neste ano o cenário ficou em US$ 233.881.651,00.
Balança comercial da região
Município
|
UF
|
EXPORTAÇÃO (R$)
|
IMPORTAÇÃO (R$)
|
SALDO (R$)
|
Adamantina |
SP
|
7.874.711
|
132.223
|
7.742.488
|
Alfredo Marcondes |
SP
|
2.055.601
|
965.391
|
1.090.210
|
Álvares Machado |
SP
|
2.725.599
|
178.056
|
2.547.543
|
Dracena |
SP
|
309.390
|
205.246
|
104.144
|
Iepê |
SP
|
1.372.498
|
0
|
1.372.498
|
Indiana |
SP
|
0
|
100.571
|
-100.571
|
Irapuru |
SP
|
0
|
0
|
0
|
Junqueirópolis |
SP
|
45.122.802
|
0
|
45.122.802
|
Lucélia |
SP
|
5.033.248
|
4.799
|
5.028.449
|
Mariápolis |
SP
|
0
|
0
|
0
|
Mirante do Paranapanema |
SP
|
16.697.932
|
0
|
16.697.932
|
Osvaldo Cruz |
SP
|
24.750.286
|
901.467
|
23.848.819
|
Pauliceia |
SP
|
7.780
|
0
|
7.780
|
Pirapozinho |
SP
|
12.272.460
|
3.811.436
|
8.461.024
|
Presidente Epitácio |
SP
|
20.718.999
|
1.440.271
|
19.278.728
|
Presidente Prudente |
SP
|
69.002.719
|
3.620.385
|
65.382.334
|
Presidente Venceslau |
SP
|
5.868
|
0
|
5.868
|
Quatá |
SP
|
25.213.955
|
466.794
|
24.747.161
|
Rancharia |
SP
|
11.587.411
|
8.633
|
11.584.850
|
Regente Feijó |
SP
|
1.919.049
|
8.633
|
-1.018.512
|
Santo Anastácio |
SP
|
1.973.549
|
8.633
|
1.959.844
|
Tarabai |
SP
|
18.260
|
8.633
|
18.260
|
Teodoro Sampaio |
SP
|
0
|
8.633
|
0
|
Total |
|
248.662.117
|
11.869.804
|
233.881.651
|
Fonte: MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) |