Com a missão de proteger os interesses do país, por meio da cooperação com o desenvolvimento e o bem-estar social, 18 oficiais do Exército Brasileiro reforçam desde ontem as ações de BCC (bloqueio do controle de criadouros), promovidas pela VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente. Vindos do 37º BIL (Batalhão de Infantaria Leve) de Lins, os oficiais se juntaram a três equipes do órgão e percorreram diversas ruas do Jardim Paulista e da Vila Geni, bairros pertencentes à área 5. A operação segue hoje ao longo de todo o dia, com a expectativa de visitar cerca de 3,2 mil imóveis no total.
Organizada por meio de uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Defesa, a força-tarefa visa, sobretudo, combater a proliferação do mosquito
Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya. Os municípios que estão recebendo o reforço dos oficiais das Forças Armadas são apontados pelas próprias secretarias dos Estados e dos municípios. Em Prudente, o Exército foi destacado para colaborar com os agentes da VEM na fiscalização, orientação e combate aos possíveis focos do mosquito.
Ações em Prudente contam com 18 oficiais do 37º Batalhão de Infantaria Leve, de Lins
De acordo com a educadora de Saúde da VEM, Elaine Bertacco, cerca de 20 agentes estão envolvidos nas ações, além dos 18 oficiais do exército. Para ela, a presença dos agentes das Forças Armadas deve impactar e alertar a população, para a necessidade de sempre manter os quintais limpos. "A presença do exército contribui para chocar a população. Então, esperamos que sirva como alerta, de que a dengue não está para brincadeira. Nossa expectativa é que a presença do exército gere um comprometimento por parte da população", afirma a educadora.
Além do impacto, a VEM espera que o acompanhamento dos militares contribua para a redução nas objeções dos moradores, quanto à entrada dos agentes em suas residências. Sendo assim, Elaine diz que as visitas serão concentradas também naquelas casas que já possuem registro de negativa. "Os oficiais do exército são autoridades e quando o morador vê o oficial, ele pensa duas vezes antes de falar não. Então, os agentes estão em busca dos casos problemáticos para fazer as visitas", relata.
Missão de guerra
Treinados para empunhar suas armas e defender a pátria durante a guerra, os oficiais de Lins encaram a missão de combater os focos do
Aedes aegypti como um conflito, mesmo o país vivendo em tempos de paz. "É uma guerra contra um inimigo pequeno, mas que tem a capacidade de fazer um estrago enorme", comenta o 1º-tenente Arruda, responsável pela operação em Prudente.
Sendo assim, o tenente considera que a credibilidade do Exército Brasileiro junto à população será uma das principais armas na batalha travada contra o mosquito. "Uma das missões do exército é proteger a população. O Brasil atravessa uma guerra contra o
Aedes aegypti, então, nosso objetivo é ajudar no contra-ataque e no restabelecimento da paz", ressalta o tenente.
Conselho aceito
Com um caso de dengue registrado na família, a dona de casa Antonia Barcelos, 66 anos, elogia a iniciativa e diz que irá seguir os conselhos dos agentes, e retirar os vasos de bromélias do seu quintal. "Amo minhas plantas, mas vou retirar as bromélias e colocá-las em um local coberto. Minha filha já teve dengue, então acho melhor prevenir do que ter que remediar depois", explica a moradora.