Se entusiasmar em aprender e para ensinar. Segundo Maria Angélica Gonçalves da Silva, Branca, ex-jogadora de basquete e medalhista olímpica nos Jogos de Atlanta, nos Estados Unidos, em 1996, quem ganha com esta receita é o esporte. Ontem, em dois horários, ela esteve no Ginásio de Esportes de Santo Anastácio, onde participou de uma vivência com professores e alunos da rede pública. Hoje, o circuito - que na quarta-feira passou por Presidente Venceslau - se encerra em Dracena. O evento é realizado pelo Sesc Thermas de Presidente Prudente, com apoio das secretarias de Esporte e Educação dos municípios envolvidos.
Branca ostenta medalha conquistada nos Jogos olímpicos em 96
Para a ex-atleta, que é também é professora de educação física, o contato com alunos e profissionais é gratificante, já que relembra os seus primeiros momentos no basquete, ainda na infância em Osvaldo Cruz, sua terra natal. "Quando eu tinha 10 anos, estudava em escola pública. Assim como eles. Minha professora não era uma eximia jogadora de basquete, não sabia tudo, mas tinha muito amor no que fazia, e conseguiu transformar duas meninas em atletas olímpicas, numa cidade tão pequena. Esse é um momento muito bom, e me deixa feliz, pois a gente tem uma vivência que deveria ser mais explorada", fala ela, que é irmã da também ex-jogadora, Magic Paula.
Branca sabe das dificuldades que passam os profissionais dentro das escolas, no entanto, é preciso empenho e criatividade. "Os professores fazem um trabalho muito importante. Mas às vezes ficam muito tempo sem passar por uma reciclagem, e oportunidades como essas são fundamentais. Ensinar basquete apresenta uma dificuldade, já que as vezes não temos estrutura necessária. Mas não por isso você pode deixar de trabalhar os elementos. As vezes a pessoa é insegura, mas esquece que é preciso se dar a oportunidade, por isso a gente precisa lidar com carinho e amor", garante.
Conquistas
Nos tempos em que atuava, ela acumula títulos nacionais e estaduais, além da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1996. "Nunca imaginávamos, mas a nossa geração custou muito para chegar a este momento e foi de certa maneira preparada. Depois de 1992, veio vencendo, tendo reconhecimento mundial. E no país onde vivemos, além da simbologia e da importância, já que se foram 20 anos, eu continuo tentando dividir essa história com os outros", revela.
Rio 2016
Porém, nos dias de hoje e últimos anos, o esporte não tem obtido resultados significativos. Às vésperas das Olimpíadas, a esperança da ex-jogadora é que o fato do maior evento do esporte mundial seja dentro de casa. "O basquete era muito diferente do que é hoje. Tomara que essas meninas que estão representando o Brasil aproveitem a oportunidade de jogar no país. A gente sabe das dificuldades, mas tomara que as meninas revertam e joguem com amor, garra. Pode perder, mas a gente quer ver jogando com raça, vontade e sangue nos olhos", finaliza.