Estudar ao mesmo tempo em que trabalha é um desafio para o jovem, que muitas vezes tem dificuldade para se dedicar a um e outro. No Estado de São Paulo, no biênio 2022-2023, 13% dos jovens de 16 a 18 anos dedicavam-se às duas atividades, segundo análise da Fundação Seade com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na contrapartida desse grupo, estão os jovens popularmente chamados de “nem-nem”, por não se dedicarem aos estudos, nem ao trabalho ou à procura de trabalho, nem aos afazeres domésticos. Nesse mesmo período, os jovens de 16 a 18 anos nessa situação correspondiam a 6% no Estado de São Paulo.
Essa proporção pode estar relacionada a um período de definição e escolhas em relação aos estudos e/ou trabalho, à ausência de oportunidade – seja por falta de vagas de trabalho ou pelas exigências vinculadas a elas e que dificultam ainda mais para aqueles que têm pouca ou nenhuma experiência –, ou ao desalento em relação às possibilidades futuras.
Quando se fala dos jovens de 25 a 29 anos, os dados mudam bastante: 78,8% deles trabalhavam no biênio 2022-2023. A dedicação ao estudo, por sua vez, diminui conforme a idade aumenta: eram 79,4% dos jovens de 16 a 18 anos, 33,8% daqueles com 19 a 24 anos e 16,4% para os de 25 a 29 anos.
No sentido contrário, o percentual daqueles que só trabalhavam ou estudavam e trabalhavam cresce à medida que aumenta a idade (22,5%, 66,0% e 78,8%, respectivamente para os três grupos etários).
Uma boa notícia em relação aos dados do Estado de São Paulo é que, entre os jovens de 16 a 18 anos, a taxa de desocupação diminuiu entre os biênios 2018-2019 e 2022-2023, tanto para as mulheres nessa faixa etária (de 50,2% para 36,6%), como para os negros (de 47,8% para 38,0%), segmentos que continuam sendo os mais vulneráveis no mercado de trabalho.