Entre Presidente Prudente e Álvares Machado, o Balneário da Amizade está interditado para banhistas desde 2021. Pontos de contaminação levaram à interdição pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Estudo desenvolvido na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) sugere que a causa suspeita é o escoamento fluvial, considerando que não foi identificado lançamento direto de esgoto da nascente do córrego do Limoeiro até a represa do balneário. A constatação é que o balneário que faz parte da bacia Limoeiro recebe toda a água de escoamento pluvial dos bairros ao seu redor e que há diversos fundos de vale nos quais a população faz descarte irregular de resíduos.
Logo após a constatação do problema, o prefeito Ed Thomas (MDB) buscou ajuda junto ao diretor-geral da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), César Lima, e o trabalho foi confiado ao coordenador da Divisão de Saneamento Básico da universidade, professor André Turin Santana.
Inicialmente, foram prestados serviços por meio de monitoramento constante, mediante análise microbiológica da água. A etapa posterior foi pesquisar para detectar possíveis fontes de poluição.
A pesquisa foi desenvolvida junto ao curso de Ciências Biológicas, vinculado à Faclepp (Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente), com a orientação do professor André. Estudo que deu sustentação à produção de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) das alunas Ana Beatriz dos Santos Proença Cruz e Gabrielli Gonçalves Batista, que tornam público o relatório final de projeto de pesquisa.
Resultados das análises indicam que os níveis de contaminação aumentam em períodos chuvosos e diminuem durante a seca, o que sugere que a principal fonte de poluição seja o escoamento pluvial, que carrega contaminantes dos resíduos descartados.
Descartes irregulares nos fundos de vale e também nas ruas. As autoras do estudo relacionam essa hipótese com diversas publicações que corroboram tal situação, mostrando que bacias localizadas em áreas urbanas enfrentam problemas semelhantes.
O entendimento das autoras do estudo é de que, para mitigar a contaminação, o primeiro passo é promover a educação ambiental, incentivando a população a descartar resíduos de maneira correta. Entendem ainda que outra medida importante é uma investigação mais aprofundada, por parte dos órgãos públicos, visando identificar possíveis irregularidades no descarte de esgoto na rede de drenagem pluvial.
“Com base em vários estudos, inclusive no próprio balneário, o controle do descarte irregular de resíduos contribuirá significativamente para a recuperação natural da balneabilidade”, pontuam.