Em Presidente Prudente, um projeto de alcance social e interesse regional para a agricultura familiar iniciou o desenvolvimento de pesquisa com experimentos de cultivo de hortaliça em água, visando saber qual sistema é melhor: aquaponia ou hidroponia. Com a experimentação por tempo indeterminado, as produções serão destinadas à merenda escolar. A previsão é que sejam colhidos, a cada 40 dias, 252 pés de alface. Os resultados encontrados serão disponibilizados aos interessados em ter mais uma fonte de renda em sua propriedade.
Aquaponia é um sistema de cultivo que combina criação de peixes com o cultivo de hortaliça em água extraída de tanques de piscicultura, com aproveitamento dos seus nutrientes. A hidroponia utiliza água potável com aplicação de solução nutritiva.
O projeto é denominado "AquaHidro – Mergulhando nos ODSs", sigla de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos em assembleia geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
O projeto é simples e de baixo custo, mas requer cuidados e entendimento sobre qual dos dois sistemas apresenta melhores resultados, como o crescimento mais rápido e maior volume de folhas. A pesquisa busca dar essa reposta, conforme a professora responsável pelo projeto, Camila Baptistão Zaniboni, que atua juntamente com a coordenadora do setor de Piscicultura da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), a zootecnista Rosimeire de Souza Santos.
São dois experimentos, respectivamente de aquaponia e hidroponia, instalados em estufa no setor que fica ao lado do Centro Zootécnico, no Campus 2. Cada um possui sete canaletas de PVC com 18 furos, possibilitando o cultivo de 126 pés de alface.
Os cultivos são de três tipos: crespa, roxa e americana. Como são duas estruturas iguais, o cultivo total é de 252 pés, com colheitas previstas a cada 40 dias. Além das canaletas de PVC, são utilizados canos, mangueiras, caixas d'água e tambores plásticos recicláveis.
Há ainda bombas para puxar água do tanque de piscicultura e nos reservatórios, que são as caixas d'água, para fazer a circulação. Tambores, também conhecidos como bombas, são utilizados no processo de decantação da matéria orgânica.
Conforme o diretor da Faculdade de Ciências Agrárias, Carlos Sérgio Tiritan, é um projeto sem complicações, desenvolvido em caráter multidisciplinar, interdisciplinar e interinstitucional. Estão diretamente envolvidos os cursos de Agronomia e Zootecnica, presenciais e EAD (educação a distância), da própria faculdade, que também oferece Medicina Veterinária e o Nupai (Núcleo de Pesquisa em Alimentos).
Tem ainda o envolvimento do Ceofop (Centro de Olericultura e Fruticultura do Oeste Paulista), Proext (Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária) e PRPPG (Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação).
A participação externa é da unidade regional da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.