Estátua de Dona Ana é instalada ao lado da imagem de Agripino Lima em universidade

Obras em homenagem aos fundadores da Unoeste ocupam lugar de destaque em frente ao Bloco A do campus 1; monumento foi inaugurado na manhã desta terça-feira

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 28/11/2023
Horário 16:51
Foto: Ector Gervasoni
Estátua que representa em tamanho real a Dona Ana tem 1,63 m e aproximadamente 120 kg
Estátua que representa em tamanho real a Dona Ana tem 1,63 m e aproximadamente 120 kg

Agora quem passa pela Rua José Bongiovani, em frente ao Bloco A da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) – o primeiro construído em 1973 e onde hoje funciona a reitoria e outros departamentos administrativos –, em Presidente Prudente, passa a ser recepcionado não mais apenas pelo professor Agripino de Oliveira Lima Filho, mas também pela professora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima, ou simplesmente Dona Ana, como era carinhosamente chamada. Ambos são os fundadores da universidade. Isso porque a imagem de Dona Ana também está eternizada numa estátua de bronze.

A obra é do escultor Pedro Cesar Almeida Santos, de Botucatu (SP), o mesmo que já havia esculpido a imagem do professor Agripino. O monumento tem 1,63 m, aproximadamente 120 kg e passa a ocupar lugar de destaque ao lado da estátua em homenagem ao professor Agripino, que foi perpetuada ali em 19 de fevereiro de 2019.

A estátua que representa em tamanho real a imagem da professora Dona Ana foi inaugurada na manhã desta terça-feira, em cerimônia de homenagem póstuma que contou com a participação de filhos, netos, bisnetos, demais familiares, autoridades, representantes de entidades públicas e privadas, funcionários e alunos da universidade.

Por meio do programa "Unoeste + Cultura", o aluno do 2º termo de Sistemas de Informação da Unoeste, Victor Terrengui Brandi, tocou saxofone para recepcionar os convidados. Representando a família Oliveira Lima, falou o filho primogênito do casal, Augusto Cesar de Oliveira Lima, diretor geral da Apec (Associação Prudentina de Educação e Cultura)/Unoeste. “É um orgulho falar hoje em nome da minha família, principalmente em homenagem à minha mãe, Dona Ana. Mais especial ainda porque sei o quanto ela foi importante para muita gente que está aqui. Cada um tem um momento para falar dela, porque ela foi uma pessoa não somente especial para a família, amigos e funcionários da Unoeste, mas para muita gente que se formou aqui e ainda vai se formar em Prudente, em Jaú [SP], em Guarujá [SP] e tantos outros lugares por meio da Unoeste. Mãe, a sua missão também é nossa: transformar a vida das pessoas por meio do conhecimento. Você e meu pai estarão sempre presentes. Muito obrigado”, discursou, emocionado.

O prefeito Ed Thomas (sem partido) definiu o momento da inauguração como “grandioso e de muito orgulho, por se tratar da mulher empreendedora e visionária que ajudou a construir a cidade”. “Nos mais de 100 anos de Prudente, com certeza cada prudentino tem uma situação construída com a história do seu Agripino e da Dona Ana. São gerações de prudentinos e prudentinas que têm uma ligação com esse trabalho da antiga Apec, da Unoeste, que leva o nome de Prudente para o Estado de São Paulo, para o país, com notas grandiosas e com profissionais formados aqui em vários setores, em vários segmentos. É um trabalho de excelência e uma consolidação de tirar o melhor de cada um, como dizia a Dona Ana”, destacou.

A coordenadora do curso de História, professora Alba Lucena Fernandes Gandia, também participou da inauguração. Ela lembrou com saudades dos mais de 40 anos em que trabalhou junto com Dona Ana e o professor Agripino. “Nós não podemos parar de pensar que foram eles os idealizadores da Unoeste. São os tipos de pessoas que não morrem. São pessoas que ficam eternas”, lembrou.

Alba não tem dúvidas de que os dois fizeram muito por Prudente, inclusive para o crescimento da Unoeste. “Eu acompanhei Agripino nas construções de igrejas e a Dona Ana na estrutura dessa universidade, que era dia e noite. Domingo, na residência dela, a gente via ela lá num cantinho com os papéis fazendo as coisas. Uma mulher exemplar com quem tive um convívio muito próximo, aquela relação de amigas mesmo. Então eu posso falar: Dona Ana ficará eterna agora, não só para os que a conheceram, mas os que vão vir no futuro e saber de tudo o que foi feito. O que Presidente Prudente deve a esses dois é algo inacreditável, porque eles pensaram em tudo. Não é só educação e saúde, mas todos os aspectos. Eu convivi, vi as ideias que saíram do papel e se concretizaram. Quantos alunos com as suas bolsas, os funcionários que se formaram. A educação sempre precisou deles e até hoje eu fico pensando como precisamos de pessoas como Ana e o Agripino para a educação, que é base de tudo. São exemplos de pessoas”, completou.

Legado inspirador

Cidadã, mulher pública e empresária, Dona Ana era a filha do meio de cinco irmãos e, em 1950, se formou professora, sendo que no ano seguinte começou a lecionar na zona rural. Em 1953, casou-se com Agripino, que ainda estudava para ser professor e trabalhava no armazém de sua família em Garça, na região de Marília, no interior paulista. Em Garça, nasceram três dos quatro filhos: Augusto Cesar, Ana Cristina e Maria Regina. O caçula Paulo César, 13 netos e seis bisnetos nasceram em Prudente, onde a família chegou em 15 de janeiro de 1962, depois de dois anos em Alfredo Marcondes.

Dona Ana dizia que nasceu professora e iria morrer professora, pelo amor e pela missão de ajudar na transformação de vida das pessoas por meio da educação. Em Prudente, trabalhou na criação da Associação Prudentina de Educação e Cultura, a Apec, e instalou em 1972 a Faclepp (Faculdade de Ciências, Letras e Educação), que foi a primeira semente da tão idealizada Universidade do Oeste Paulista, a Unoeste. Entre as suas obras, além dos campi universitários e a Fazenda Experimental, esteve envolvida no projeto do Hospital Universitário “Doutor Domingos Leonardo Cerávolo”, que foi estadualizado em fevereiro de 2009.

Na única vez em que colocou seu nome em apreciação popular, foi eleita vereadora em Prudente com 5,5 mil votos, sendo a mais votada em 2000. Também, por diversas vezes, foi convidada a ser candidata a prefeita, mas não quis. Dona Ana morreu em 10 de novembro de 2022, aos 92 anos.

Foto: Vitor Reis - Inauguração ocorreu na manhã desta terça, com presença da família, autoridades, colaboradores e população em geral

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