O governo de São Paulo admitiu que, pela primeira vez desde o final de agosto, o Estado está com alta de casos de Covid-19. Por isso, determinou que bares só poderão funcionar até as 20h.
Os restaurantes seguem funcionando até as 22h, mas só podem vender bebidas alcoólicas até as 20h. A venda de bebidas alcoólicas em lojas de conveniências também está restrita até esse horário. A medida terá início na madrugada deste sábado e deverá seguir por 30 dias corridos.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva a jornalistas nesta sexta-feira com a presença do secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, e dos demais membros do Centro de Contingência do Coronavírus.
Assim como as novas regras para funcionamento de bares e restaurantes, o governo anunciou que vai expandir de 10 para 12 horas o horário de funcionamento do comércio no Estado. Agora, lojas e shoppings permanecem abertos até as 22h. Segundo o governo, a expansão é uma tentativa de diminuir as aglomerações e conter a disseminação do vírus.
De acordo com os dados de saúde apresentados, houve aumento de 26,9% de novos casos entre as semanas epidemiológicas de número 47ª e a 49ª e de 30,3% de óbitos. As internações em hospitais públicos e privados aumentaram em 15,5%.
Gorinchteyn afirmou, no entanto, que a taxa de ocupação de leitos na Grande São Paulo, atualmente de 64,4%, está abaixo do verificado no final de maio, de 92%. "O que é importante é que nós tivemos alta de ocupação de leitos, mas está muito distante do pico no início da pandemia. Nós não estamos aguardando índices alarmantes para tomar estratégias, estamos agindo agora de forma preventiva", afirmou o secretário.
O governo disse ainda que conta com mais de mil agentes de saúde que farão a vigilância e a fiscalização nos 100 municípios com densidade demográfica maior de 70 mil habitantes por km².
De acordo com Gorinchteyn, o país ainda não atingiu o pico da chamada "segunda onda", mas estaria caminhando próximo para isso. Por isso, o secretário defendeu a adoção de medidas preventivas no Estado, para tentar conter o avanço do coronavírus. Não houve, no entanto, o anúncio de recuo da fase amarela do Plano São Paulo.
"As medidas que foram tomadas, especialmente nos meses de outubro e novembro, seja na Europa, seja nos Estados Unidos, ocorreram quando o pico da pandemia estava bem acentuado nesses países, diferente da situação no país".
A medida é acompanhada de um investimento mensal da ordem de R$ 100 milhões para a abertura de novos leitos de Covid-19 no Estado. Segundo o secretário, os 8,5 mil leitos de UTI de todo o Estado estarão integralmente voltados ao tratamento de pacientes com Covid.