A primavera chegou, mas o tempo quente e seco, que predominou até o meio da semana, impediu que a população percebesse a troca de estações. Caracterizada como a época das flores, as vendas nas floriculturas acabam subindo até 50%, variando de acordo com as espécies comercializadas. No entanto, o clima quente acaba prejudicando o desenvolvimento de algumas plantas e, consequentemente, afeta o lucro de alguns produtores. Contudo, independente da época do ano, os adeptos às flores não deixam de comprar.
Os meses de setembro e outubro são favoráveis para as vendas na Floricultura Primavera, em Presidente Prudente, que chegam a aumentar a até 20%, conforme o gerente José Francisco Nihring. Além disso, a estação ainda colabora com o melhor desenvolvimento das plantas comercializadas, já que a ”flor está naturalmente mais bonita”. Contudo, ele conta que o fator climático não tem tanta interferência na produção como antigamente, devido às tecnologias que ajudam a equilibrar a climatização do ambiente das flores, e, assim, acabam estabilizando o preço dos produtos também.
“Antes tinha uma diferença de acordo com a estação do ano. Hoje, o produtor consegue contornar esses problemas, diminuindo o efeito do clima. Mas o fator natural da primavera ainda contribui, podemos ver pela cidade, onde as árvores já estão floridas”, pontua.
O clima mais ameno e chuvoso também favorece a produção das flores na Pruden Flora, segundo o gerente Hebert Santos Cavali. Em contrapartida, ele relata que as vendas ainda não subiram significativamente, pois o calor permanece e somado à crise econômica do país, diz que tem afetado as vendas em até 30% menos. “Vendo mais rosas colombianas, que, em média, saem 425 botões por semana. E quando fica muito quente, as flores morrem mais rápido, então, no frio é melhor”, analisou ele, antes da mudança no clima, registrada entre quinta-feira e ontem.
Diferentemente dos demais, o produtor Lucas Liu comemora o clima quente, pois seu empreendimento é focado na venda de cactos e rosas-do-deserto, duas plantas que são propícias para o desenvolvimento no calor. Desta forma, acaba tendo uma produção maior das flores que, consequentemente, acabam vendendo mais, chegando até a dobrar o lucro diário com a comercialização em relação a outras épocas do ano. “Meu negócio fica bom no calor, pois essas plantas ficam melhores. Elas absorvem mais a adubação, assim, o crescimento é mais rápido”, explica.
Flores em casa
Independentemente da época, a auxiliar de enfermagem, Elaine Aparecida Luciano, 54 anos, sempre compra flores para a sua casa e para enviar à mãe, já que é ela adora este tipo de presente. Com a primavera, em especial, nota que as flores ficam mais bonitas e incentiva ainda mais a compra. “Para mim, representa um gesto de amor e carinho, ainda mais quando é para alguém que gostamos”, declara.
Outra que já é adepta a ter natureza dentro de casa é a professora Ruth de Freitas, 60 anos, tanto que possui 80 vasos de orquídeas. Ela conta que também já trabalhou com paisagismo e, por isso, possui um carinho especial pelas plantas. Para ela, cuidar das flores é uma forma de desestressar e trabalhar a paciência. “Se as pessoas gostassem da natureza, o mundo seria bem melhor. Acompanhar o crescimento desde a muda e ver a flor colorida depois é muito prazeroso”, relata.
Além de amar as flores, a dona de casa Rosana Batistella, 49 anos, sempre está comprando para enfeitar o quintal e oferecer à Nossa Senhora Aparecida. Ela diz que as a plantas ajudam a renovar as energias do ambiente, sendo mais um motivo para tê-las. “Gosto mais de flores delicadas e, mesmo que elas não sejam do calor, eu compro. Se for preciso levo até para a casa da minha mãe, onde é mais arborizado, para mantê-la”, diz.